Com o término do plantio das culturas de 1ª safra e o avanço da colheita, a estimativa de produção de grãos para a safra 2024/25 deve atingir 328,3 milhões de toneladas.
Com base no o 6º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25 divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quinta-feira (13), isso representa um aumento de 10,3% em comparação com a safra anterior, o que equivale a 30,6 milhões de toneladas a mais.
O crescimento é resultado tanto da ampliação da área plantada, que soma 81,6 milhões de hectares, quanto da recuperação na produtividade das lavouras, estimada em 4.023 quilos por hectare. Caso esses números se confirmem ao final da safra, a produção de grãos alcançará um novo recorde histórico.
Produção de grãos

A soja, principal produto cultivado na 1ª safra, deve atingir 167,4 milhões de toneladas, um aumento de 13,3% em relação ao ciclo passado. Após um início de colheita mais lento, causado por atrasos no plantio e chuvas excessivas em janeiro, a redução das precipitações em fevereiro permitiu um avanço significativo na colheita.
Atualmente, 60,9% da área já foi colhida, um índice superior ao do ano passado e à média dos últimos cinco anos, conforme o Progresso de Safra divulgado pela Conab. Os rendimentos têm superado as expectativas em estados produtores importantes, como Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, enquanto o Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul enfrentam dificuldades devido à irregularidade das chuvas, que já impactaram a produção.
A colheita da soja também influencia o ritmo de plantio do milho 2ª safra, que já atingiu 83,1% da área prevista. Embora o índice esteja abaixo do registrado no ciclo anterior, ele é superior à média dos últimos cinco anos.
A Conab prevê um aumento de 1,9% na área de milho 2ª safra, totalizando cerca de 16,75 milhões de hectares. As condições climáticas até agora são favoráveis, e a produtividade das lavouras deve se recuperar, com a estimativa de 5.703 quilos por hectare.
A produção do milho 2ª safra está projetada para alcançar 95,5 milhões de toneladas, um crescimento de 5,8% em relação à safra 2023/24, o que contribui para a estimativa de produção total de milho de 122,8 milhões de toneladas, um aumento de 6,1%.
No caso do arroz, a área plantada aumentou 6,5%, chegando a 1,7 milhão de hectares. As boas condições climáticas têm favorecido a lavoura, com uma recuperação de 7,3% na produtividade média, estimada em 7.063 quilos por hectare. Se as condições atuais se mantiverem, a produção estimada é de 12,1 milhões de toneladas.
O feijão, por sua vez, deve registrar um aumento moderado de 1,5% na produção total, estimada em 3,29 milhões de toneladas. Esse aumento é principalmente impulsionado pela leve melhora na produtividade, já que a área destinada à leguminosa se mantém praticamente estável.
Quanto ao algodão, a expectativa é que o aumento na área plantada, que deve atingir cerca de 2 milhões de hectares, reflita em um crescimento na produção. A produtividade das lavouras também deve ser boa, podendo ser a terceira maior da história, atrás apenas dos últimos dois ciclos. Com isso, a estimativa de produção é de 3,82 milhões de toneladas, estabelecendo um novo recorde.
Mercado

A entrada da safra de arroz no mercado tem levado à queda nos preços pagos aos produtores. No entanto, o aumento na produção garantirá o abastecimento interno e permitirá a recuperação dos estoques, mesmo com a previsão de aumento nas exportações
A Conab estima que as exportações de arroz brasileiro cheguem a 2 milhões de toneladas, com o estoque de passagem se recuperando para 1,4 milhão de toneladas ao final de fevereiro de 2026.