Produtores de banana na Amazônia, Acre e Rondônia notaram melhora na produtividade de suas plantações, por meio de uma técnica que consiste na aplicação acessível e simples de fungicida.
A técnica desenvolvida pela Embrapa Amazônia Ocidental (AM), tem se mostrado eficaz no controle da Sigatoka-negra, uma das doenças mais prejudiciais à bananeira na região amazônica.
Produção de banana na Amazônia

A nova medida aumentou a produção, como também possibilitou o retorno de variedades de banana tradicionais ao mercado, tornando a atividade agrícola mais viável e segura para os produtores locais.
O estudo intitulado “Recomendação de aplicação de fungicidas para o controle químico da Sigatoka-negra na produção de banana na Amazônia Ocidental” aponta os benefícios econômicos, sociais e ambientais da tecnologia. Além disso, conclui que a técnica foi fundamental para a continuidade do cultivo de bananas que são um alimento tradicionalmente consumido pelas comunidades da região.
Os impactos da inovação foram majoritariamente positivos, resultando em avanços significativos na geração de renda. A solução tem permitido o desenvolvimento sustentável das propriedades agrícolas, fortalecendo as unidades familiares de produção e garantindo que a população tenha acesso a esse importante alimento.
A expansão do mercado de banana na Amazônia é uma possibilidade crescente, à medida que os produtores superam desafios estruturais, como a implementação de casas de embalagem e a adesão ao sistema de mitigação de risco da Sigatoka-negra. Com essas mudanças, é esperado que os agricultores e suas entidades de classe possam acessar novos mercados fora da região amazônica.
- Agricultura: Tecnologia brasileira otimiza a transmissão de calor nas frutas e reduz perdas pós-colheita
Como funciona a tecnologia

A tecnologia funciona com o uso de um equipamento adaptado, que utiliza uma seringa veterinária, mangueira de silicone ou látex e um tubo curvado.
Sendo assim, o dispositivo permite a aplicação precisa de fungicida na axila da segunda folha da bananeira, com uma dose recomendada que varia entre um e dois mililitros por planta, dependendo do fungicida utilizado. A aplicação localizada evita a dispersão do produto e permite o controle da doença com apenas três aplicações ao longo do ciclo de produção, que dura cerca de 10 a 12 meses.
A Sigatoka-negra é uma doença que causou uma queda acentuada na produção de variedades tradicionais de banana na Amazônia, como a Prata Comum, Maçã e o plátano Pacovan, que eram cultivadas há décadas e desapareceram dos mercados locais.
Com a introdução da tecnologia de controle da Sigatoka-negra, essas variedades estão retornando às mesas dos amazonenses, acreanos e rondonienses.