Entre 1º de janeiro e 12 de outubro de 2025, incêndios florestais destruíram cerca de 89,8 mil hectares na Área de Proteção Ambiental (APA) do Pouso Alto, no Nordeste de Goiás, segundo dados da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).
A área abrange municípios como Cavalcante e Teresina, que estão parcialmente inseridos na unidade de conservação.
Incêndios florestais em Goiás

Para responsabilizar os causadores dos incêndios, a Semad iniciou, em 6 de outubro, uma operação conjunta com o Corpo de Bombeiros e as polícias Civil e Militar. A ação utiliza imagens de satélite para identificar pontos de ignição e confirmar as ocorrências em campo. Pelo menos 30 proprietários rurais devem ser autuados. Em casos mais graves, as multas podem chegar a R$ 50 milhões.
Os dados levantados estão sendo analisados por técnicos ambientais da secretaria. De acordo com a Polícia Civil, mais de 15 pessoas foram detidas nas últimas semanas em todo o estado por uso irregular do fogo. Já a Polícia Militar tem registrado de duas a três prisões em flagrante por semana.
No total, cerca de 80 processos administrativos foram abertos pela Semad em 2025 para apurar responsabilidades por incêndios florestais.

A APA do Pouso Alto abriga três grandes áreas protegidas, sendo o Parque Estadual Águas do Paraíso, a Estação Ecológica de Nova Roma e o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, este último sob gestão do ICMBio.
De acordo com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ, não houve registros de incêndios nos parques estaduais neste ano. No parque nacional, entretanto, o fogo atingiu 6.440 hectares.
Conforme o Decreto Federal nº 6.514/2008, provocar incêndios em vegetação nativa pode resultar em multa de R$ 10 mil por hectare destruído. Quando o dano ocorre em áreas de amortecimento de unidades de conservação, como na APA do Pouso Alto, o valor é aplicado em dobro, podendo alcançar até R$ 50 milhões.