A Embrapa e a Universidade Estadual da Carolina do Norte (NCSU) assinaram memorando para desenvolver projetos de pesquisa sobre a eficiência de fertilizantes fosfatados enriquecidos em solos de média e alta fertilidade, que serão coletados na Carolina do Norte (EUA) e no Cerrado brasileiro.
Por conta da limitação de disponibilidade de reservas mundiais de fosfato, é preciso criar tecnologias em fertilizantes para usar os recursos de forma eficiente, associando microrganismos ou moléculas que realizam a fixação às partículas do solo. O termo foi assinado pelo reitor interino da NCSU, John Dole.
Pesquisa de fertilizantes
A proposta foi chamada de “Avaliação de alternativas de fertilização fosfatada no Brasil e Estados Unidos: medição da eficiência da cultura e entendimento de seus efeitos no solo”.
A Embrapa Milho e Sorgo será a principal parceira brasileira e vai contribuir com a definição da eficiência de fertilizantes fosfatados em associação com microrganismos solubilizadores de fósforo, em comparação com fertilizantes fosfatados comuns.
Além disso, a pesquisa busca identificar os principais efeitos da associação nas formas de fósforo do solo, entendendo as condições do solo mais adequadas para o uso de fertilizantes, para melhorar as produtividades e o aumento de eficiência de uso de fósforo.
Intercâmbio dos pesquisadores
A parceria foi estabelecida através de visitas do diretor de Pesquisa e Inovação da Embrapa, Guy de Capdeville aos Estados Unidos.
“Na Carolina do Norte, observamos projetos na área vegetal, de pastagens e espécies importantes para o agro, que podem resultar no desenvolvimento de soluções conjuntas, porque são temas comuns e para isso firmamos o convênio não só com a Universidade da Carolina do Norte, mas também com a Universidade da Flórida, integrando nossos pesquisadores”, conclui.
A Embrapa e a NCSU têm mantido um intercâmbio de pesquisadores para a realização de pesquisas conjuntas, desenvolvimento de novas tecnologias e troca de conhecimentos.
“O problema que enfrentamos exige de nós fazer uso de todos os esforços e disciplinas em conjunto. É muito importante para nós entrar em contato com algumas das principais organizações ao redor do mundo, em particular no Brasil”, afirmou o reitor americano John Dole.
Segundo a pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo, Flávia dos Santos, que lidera o projeto de desenvolvimento das pesquisas que visa a cooperação com a Universidade da Carolina do Norte, a expectativa para a parceria é buscar uma agropecuária eficiente e sustentável.
“Temos a maioria de nossos solos com baixa disponibilidade de fósforo, que é um nutriente limitante para a produção, e a NCSU tem tradição nas pesquisas com este nutriente”, afirma.
Foram identificadas áreas de interesse mútuo entre as duas organizações como: agroecologia e agricultura sustentável, manejo e produção de commodities, forrageiras e pastagens, manejo e nutrientes, melhoramento de plantas, genética e biologia molecular, fisiologia vegetal e bioquímica, agricultura de precisão, ecologia do solo, ciência ambiental molecular do solo, propriedades físicas do solo, hidrologia e erosão, manejo de resíduos e manejo integrado de pragas.
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Experiência da Universidade da Carolina do Norte
Em 2021 a NCSU foi contemplada com um projeto da NSF (National Science Foundation) para estudos de fósforo, Steps Center. O Steps (Science and Technologies for Phosphorus Sustainability) é atualmente o maior projeto mundial para estudos de fósforo, com um grupo de mais de 50 pesquisadores, entre eles Luciano Gatiboni, especialista em fertilidade do solo na NCSU.
A atual proposta de projeto a ser desenvolvido com a Embrapa será integrado ao Steps, com participação ativa de pesquisadores visitantes nas atividades do grupo.