A viticultura é uma atividade importante para o desenvolvimento de algumas regiões brasileiras e contribui para a criação de empregos. Os diversos empreendimentos do ramo cooperam para a produção em grande escala de uvas, tanto para as de mesa quanto para as de processamento.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a região Sul é responsável por cerca de 56% da produção de uvas, com foco na indústria. Já na região nordeste, responsável por 31% das uvas produzidas, o foco é o consumo in natura.
Entretanto, a cultura é muito vulnerável a patógenos, que podem afetar diretamente a produção, atingindo a beleza dos frutos, qualidade das uvas, do vinho, suco, geleia e afins.
Por isso, o Agro2 separou as três principais doenças causadas por fungos que podem atingir a videira e quais são as melhores formas de tratá-las.
Pragas e doenças da videira
1- Míldio (Plasmopara viticola)
A doença fúngica é causada pela Plasmopara viticola e pode ser considerada a mais destrutiva da videira, sendo capaz de infectar todas as as partes da planta, como ramos, brotos, flores, bagas e folhas.
O míldio apresenta manchas amareladas nas folhas, com aspecto de macha de óleo. A face inferior das folhas, ramos e bagas são acometidas por um mofo branco. Quando o fungo está em estado avançado, as regiões afetadas necrosam, fazendo com que haja queda de flores e folhas e deformação dos ramos. Já quando está presente nas bagas, o fungo se desenvolve no interior, tornando-a escura e dura.
Para fazer o controle e prevenção é preciso ter uma série de cuidados, com objetivo de ter uma insolação adequada e ventilação da copa das plantas. Entre os cuidados estão evitar a instalação do vinhedo em áreas com acúmulo de umidade, neblinas e fontes de água. O uso de defensivos químicos é uma alternativa e deve ter usado no início do plantio, pois se tornam inúteis na fase de floração e início da maturação.
2- Oídio (Uncinula necator) 
O fungo atinge principalmente as variedades europeias, desenvolvendo-se mais em tecidos jovens. Sua permanência persiste com frequência em bagas que ainda não atingiram teor de açúcar próximo de 15%. O principal fator para o desenvolvimento do fungo é a temperatura.
Neste caso, o fungo se desenvolve nos tecidos verdes. A face superior das folhas apresentam manchas cloróticas e uma camada de pó branco acinzentado. Quando está em estágio avançado, as folhas sequer desenvolvem e as bagas podem se romper, tornando-se entrada para outros microrganismos.
O controle do fungo pode ser feito se o vinhedo for instalado em locais ventilados e ensolarados. Além disso, utilizar pulverizações com fungicidas à base de ciproconazol, cresoxim- metílico, piraclostrobina, boscalida, tebuconazol, enxofre e outros podem ajudar na prevenção.
3- Mofo-cinzento (Botrytis cinerea) 
Conhecida como podridão-cinzenta, este tipo de fungo ocorre em todos os países e a umidade relativa do ar e a temperatura contribuem para as piores infecções.
Neste caso, os cachos das uvas são o principal foco e podem cair antes do tempo se o fungo atingir o pedúnculo. Ele começa com apenas uma única baga, que se torna um reservatório de cor escura, contaminando assim as demais bagas. Além disso, a infecção também pode acontecer na floração e manifestar apenas na maturação dos frutos.
Entre as medidas preventivas estão os cuidados com a insolação e ventilação na copa das plantas, além da realização de podas verdes e manutenção do espaço entre as plantas e cachos. Também é importante ministrar fungicidas nas épocas adequadas.