O primeiro episódio da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) do período chuvoso 2025/2026 ocorreu entre os dias 19 e 22 de outubro, mantendo-se ativo por quatro dias.
Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o sistema se estendeu desde o oceano Atlântico até a faixa sul do Nordeste, alcançando ainda áreas do Tocantins e do Pará.
ZCAS e volumes de chuvas

De acordo com análises meteorológicas, a configuração da ZCAS foi favorecida por diversos fatores atmosféricos, como a presença de uma frente fria, um cavado em níveis médios e altos da troposfera e ventos de noroeste/sudeste em 850 hPa, que ajudaram a organizar a nebulosidade.
Além disso, também foram observados movimentos verticais ascendentes em 500 hPa, altos índices de umidade com água precipitável acima de 45 mm e forte divergência em 250 hPa, condições típicas desse tipo de fenômeno.
Especialistas explicam que sistemas clássicos, como a Alta da Bolívia (AB) e o Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN), podem apresentar fraca intensidade ou ainda não estarem completamente formados nos primeiros episódios de ZCAS. Além disso, o posicionamento mais ao norte do padrão climatológico, registrado neste caso, é considerado comum no início do período chuvoso.
A atuação da ZCAS resultou em acumulados expressivos de precipitação no Pará, no interior do Nordeste e no litoral da Bahia, onde foram registrados volumes superiores a 100 milímetros em apenas 24 horas.
Entenda

A Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) é um sistema meteorológico que causa chuvas volumosas e frequentes na parte centro-norte do Brasil, especialmente durante o verão.
Ela se forma pela interação de ventos em diferentes níveis da atmosfera e se manifesta como uma faixa de nuvens que se estende da Amazônia ao Oceano Atlântico, podendo causar tanto inundações e deslizamentos, quanto o abastecimento de reservatórios de água.







