Após o período de maior movimentação das colheitas, os valores dos fretes de grãos caíram em importantes rotas do país em setembro, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O recuo foi observado principalmente em Goiás e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal e Minas Gerais. As informações integram o Boletim Logístico de outubro, divulgado pela estatal nesta sexta-feira (24).
Valores dos fretes de grãos

Em Goiás, a queda acompanha o comportamento sazonal típico do estado, marcado por menor demanda no transporte de grãos após o pico das safras.
No Distrito Federal, a retração refletiu tanto o encerramento da colheita da segunda safra de milho quanto fatores como custos operacionais e variação no preço dos combustíveis. Já em Mato Grosso do Sul, o enfraquecimento da procura por caminhões de curta distância reduziu as cotações, mesmo com o mercado interno ainda mantendo bom nível de movimentação.
O comportamento dos preços foi mais heterogêneo na Bahia e em Mato Grosso. Em Luís Eduardo Magalhães (BA), o equilíbrio entre oferta e demanda manteve os valores estáveis. Em Paripiranga, no entanto, a forte demanda por milho com destino a outras regiões do Nordeste elevou os preços, enquanto em Irecê o fim da safra levou à retração.
No caso mato-grossense, as cotações apresentaram estabilidade, com algumas rotas em leve alta e outras em queda. O mesmo cenário foi registrado no Piauí, onde o escoamento do milho perdeu ritmo.
Em sentido oposto, Maranhão, Paraná e São Paulo registraram aumento nos preços dos fretes. No Maranhão, o reajuste médio foi de 5%, impulsionado pela demanda de transporte de milho destinado a uma biorrefinaria de etanol e a granjas do Nordeste.
No Paraná, a procura por fretes cresceu em quase todas as regiões, com exceção de Ponta Grossa. Já em São Paulo, a alta esteve ligada à maior demanda externa, provocada por mudanças no comércio internacional de grãos devido às tensões entre Estados Unidos e China.
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Exportações de milho e soja

Os embarques de milho em setembro somaram 23,3 milhões de toneladas, ligeiramente abaixo das 24,3 milhões registradas no mesmo mês de 2024. Os portos do Arco Norte continuam liderando o escoamento, respondendo por 42,5% do total exportado, seguidos por Santos (30,7%), Paranaguá (11,7%) e São Francisco do Sul (9,5%).
Entre janeiro e setembro deste ano, o Brasil exportou 89,5 milhões de toneladas de soja em grãos, volume inferior ao do mesmo período de 2024, quando foram embarcadas 93,8 milhões de toneladas. As principais rotas de saída foram os portos do Arco Norte (37,5%), Santos (34,2%), Paranaguá (12,9%) e São Francisco do Sul (5,2%).







