A produção brasileira de café deve registrar um aumento significativo de 7,5% na safra 2023 em comparação com o ciclo anterior.
De acordo com o 2º levantamento da cultura, divulgado nesta quinta-feira (18/5), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita de café deve alcançar 54,74 milhões de sacas, superando as 50,92 milhões de sacas colhidas em 2022.
Produção brasileira de café
Segundo o gerente de Acompanhamento de Safras da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Fabiano Vasconcellos, a colheita de café arábica está estimada em 37,93 milhões de sacas beneficiadas, representando 69,3% da produção total de café no país. Esse número indica uma alta de 15,9% em relação à safra de 2022.
A alta na produção de café arábica é atribuída a dois fatores principais. Primeiro, houve um aumento de 1,9% na área destinada à produção dessa variedade de café.
“Como as condições climáticas em 2022 foram melhores, é possível verificar uma recuperação dessa produção, principalmente nas áreas produtoras de café arábica”, explica o presidente da Conab, Edegar Pretto.
Além disso, as lavouras em Minas Gerais, o maior produtor de arábica, tiveram um ganho de 13,7% no rendimento. Esses fatores combinados impulsionaram a produção de café arábica no país.
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Por outro lado, a perspectiva para a safra de café conilon é de uma redução de 7,6% em comparação com o ciclo passado. Estima-se que sejam colhidas 16,81 milhões de sacas dessa variedade de café.
Apesar do aumento esperado na colheita em Rondônia, Bahia e Mato Grosso, as perdas de produtividade no Espírito Santo, o maior produtor de conilon, afetaram o desempenho geral.
Mercado
Nos primeiros quatro meses deste ano, o Brasil registrou uma queda de 20,3% nas exportações de café em comparação com o mesmo período de 2022.
De acordo com a Conab, foram exportadas 11,2 milhões de sacas de 60 kg, em contraste com as 14,1 milhões de sacas exportadas no ano anterior.
Essa redução segue a tendência observada nos anos de 2021 e 2022, devido à restrição da oferta interna nos primeiros meses do ano, o que limita a disponibilidade de café para venda no mercado externo.
O cenário de estoques reduzidos no início de 2023 foi influenciado pelas adversidades climáticas que afetaram a produção de café no Brasil nos últimos dois anos.
“Porém, a boa expectativa para a atual safra, após melhora das condições climáticas, favorece a recomposição dos estoques e pode contribuir para a recuperação da exportação do produto no segundo semestre”, analisa o analista de mercado da Conab, Fábio Silva Costa.
Apesar da queda nas exportações, os preços do café não devem sofrer reduções significativas com o avanço da colheita. Isso se deve ao fato de que os estoques baixos proporcionam suporte aos preços e impedem quedas expressivas das cotações neste momento.
A expectativa é que, à medida que a safra avança e os estoques são recompostos, haja uma estabilização dos preços no mercado.