A produção de cana-de-açúcar no país está prestes a atingir um novo recorde, conforme revelado pelo 3º Levantamento da Safra 2023/24 da cultura, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quarta-feira (29/11).
A nova projeção prevê um aumento de 10,9% em relação ao ciclo anterior, totalizando 677,6 milhões de toneladas. Esse resultado positivo é atribuído ao rendimento superior das atividades, estimado em 81.129 quilos por hectare, e ao aumento da área de cultivo, que deverá ser de aproximadamente 8,35 milhões de hectares.
As condições climáticas e os investimentos no setor sucroalcooleiro desempenharam um papel significativo nesse cenário promissor.
Produção de cana-de-açúcar
A região Sudeste, principal produtora de cana do país, deve registrar um aumento de 12,2% no volume colhido em comparação com a safra anterior, atingindo um total de 434,98 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Apesar dos investimentos para a renovação das atividades, a área apresenta um nível de redução. Por outro lado, a produtividade média está programada para aumentar, indo de 75.629 quilos por hectare para 85.046 kg/ha.
Em São Paulo, estado com o maior volume a ser colhido, o início da safra foi marcado por chuvas intensas e consecutivas, proporcionando excelentes condições para o desenvolvimento vegetativo das culturas de cana-de-açúcar. No entanto, a ausência hídrica no segundo semestre acelerou a colheita.
“Esse cenário tem se modificado e as chuvas que caem frequentemente vêm atrapalhando o processamento junto às unidades de produção, obrigando-as a parar seguidamente, fato que deve postergar ainda mais a moagem, que se estenderá até meados de dezembro, em alguns casos, seguir até janeiro”, analisa o gerente de Acompanhamento de Safras da Companhia, Fabiano Vasconcellos.
No Centro-Oeste, tanto a área quanto a produtividade deverão aumentar neste ciclo, projetando uma colheita de 143,78 milhões de toneladas. Um cenário semelhante é observado no Sul do país, com um aumento de 2,6% na área destinada à cultura e um crescimento significativo de 11,2% na produtividade, resultando em uma estimativa de produção de 35,32 milhões de toneladas de cana.
Na região Nordeste, a produção está prevista para crescer 4,7%, atingindo 59,55 milhões de toneladas, impulsionada principalmente pelo aumento da área, já que a produtividade permanece próxima da estabilidade, com um leve acréscimo de 0,4%.
No Norte, o aumento da área e a expectativa de melhores produtividades deverão resultar em um aumento de 3,8% na produção em comparação com a safra passada, alcançando um total de 3,97 milhões de toneladas.
Mercado
O panorama atual sugere uma perspectiva otimista para os produtores de açúcar na safra 2023/24, iniciada em abril. O aumento estimado na produção contribui para a expectativa de novos ganhos nas exportações de açúcar.
Produtores importantes como a Índia e o Paquistão preveem embarques menores. De acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), de abril a outubro deste ano, as exportações de açúcar já atingiram 18,8 milhões de toneladas, registrando um incremento de 9,7% em comparação com o mesmo período do ciclo anterior.
Por outro lado, o cenário para o mercado de etanol apresenta desafios importantes. As exportações brasileiras de combustível totalizaram 1,44 bilhão de litros na safra 2023/24, de abril a outubro, apresentando uma queda de 5,2% em relação ao mesmo período da safra anterior, conforme dados do MDIC.
A tendência é que esse declínio persista, influenciado tanto pela flutuação do câmbio quanto pelo movimento descendente nos preços do petróleo desde meados de outubro. Esse cenário impacta os preços da gasolina, e, por conseguinte, afeta o principal concorrente do etanol.
Confira os dados completos do 3° Levantamento da Safra 2023/2024 de cana-de-açúcar clicando aqui.