A produção de morango brasileira é produzida principalmente por agricultores familiares com menos de 10 hectares, sendo o módulo mais comum de 0,5 a 1 hectare, mas economicamente rentável, segundo dados do Censo Agropecuário do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2017.
A cultura não exige uma intensa mão de obra no plantio, no manejo e na colheita, o que facilita para agricultores familiares investirem, visto também que boa parte do trabalho é manual. Entretanto, o morango permite uma agregação de valor fundamental.

Produção de morango no Brasil
China e Estados Unidos são os maiores produtores mundiais do morango, mas o Brasil vem se destacando, sendo o oitavo maior produtor desde 2021, com 197 mil toneladas, segundo a FAO/ONU (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura). De 2011 para 2021, a área cultivada mundial cresceu 20% e a produção, 44%.
A maior parte da produção é destinada ao consumo in natura, mas uma parcela vai para indústria de polpas e iogurtes, dentre outros. Desde 2020, o Brasil parou de importar morangos, tendo em vista que foi nesse período em que a área plantada e a disponibilidade interna começaram a crescer. Hoje, a produção de morangos é quase que exclusiva para o mercado doméstico, com uma pequena parte sendo exportada.
De acordo com o levantamento da Hortifrúti Brasil, do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a área total de morango no Brasil é de 6.280 hectares na temporada 2022/23, contra apenas 2.500 hectares em 2022.
Agricultores familiares de menor escala são responsáveis por 80% da oferta disponível da fruta no Brasil. Minas Gerais tem uma área plantada de 3.068 hectares, seguido do estado do Paraná com 1020 hectares.

Custo de Produção
Apesar de o custo de produção ser alto, a demanda pela fruta está em ascensão. Como o ciclo da cultura é longo (varia de um a três anos, sendo, portanto, praticamente semiperene) e a colheita se inicia dois meses após o plantio, o agricultor consegue gerar um fluxo de caixa contínuo, com entrada de dinheiro, já que hoje é colhida o ano todo.
Em média, o produtor de morango vem registrando renda positiva nos últimos anos, já que períodos de baixos preços são compensados por valores mais elevados dentro de um mesmo ciclo. Essa lucratividade vem impulsionando os investimentos em área. O valor gerado é de em torno de R$ 9,1 milhões, segundo IBGE de 2017, corrigido pela inflação de julho de 2023.
O produtor de meio hectare teve um custo total de R$ 8,51 por quilo de morango colhido e comercializado na safra 2022/23, enquanto vendeu por cerca de R$ 10,00/kg no mercado de mesa (30 mil quilos) e de R$ 3,00/kg para a indústria (2,5 mil quilos), obtendo, dessa forma, uma rentabilidade de 11,1%.
Tecnologia de mudas
Outro fator que vem contribuindo para a expansão da cultura é o uso de variedades que permitem a colheita o ano todo (cultivares de dia neutro como “San Andreas”) – que representa 70% da produção – por conta das maiores rusticidade e produtividade e ao melhor manejo, em detrimento das de dia curto.
As mudas de morango são importadas, e produtores nacionais realizam a replicação destas mudas em viveiros. Assim, no mercado interno, são comercializadas mudas importadas e nacionais. Cerca de 80% das mudas cultivadas no País são de replicações.
Sistemas de produção
São dois os principais sistemas de produção de morango no Brasil: “túnel baixo”, no qual o cultivo é realizado diretamente no solo – este sistema foi considerado nesta edição para o cálculo do custo de produção da cultura, já que ele representa 70% da área cultivada no Brasil. O outro sistema é o de cultivo suspenso.
Veja análise completa da Hortifrúti Brasil sobre a cultura do morango.
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