A produtividade de café no Brasil cresceu 6,3% no ciclo 2023, alcançando 29,4 sacas colhidas por hectare. Mesmo em ano de bienalidade negativa, as lavouras do país devem colher 55,1 milhões de sacas beneficiadas, crescimento de 8,2% em relação ao ciclo de 2022, significando a terceira maior safra da história.
Os dados são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no 4º Levantamento da de Café 2023. O boletim mostra que além do bom rendimento das lavouras, há um aumento de 1,8% na área em produção, chegando a 1,87 milhão de hectares. Já a área em formação teve uma queda de 9,5%, estimada em 361,6 mil hectares.
Safra de café no Brasil
Em ano de bienalidade positiva, a temporada de 2022 teve seu desempenho influenciado por condições climáticas adversas ao longo do desenvolvimento da cultura. Se o atual resultado for comparado com o ano de 2021, último de bienalidade negativa, a alta chega a 15,4%.
Árábica
O bom resultado é reflexo da recuperação da produção das lavouras de café arábica, que representa 70,7% do volume total de café produzido no Brasil. Com produção de 38,9 milhões de sacas, crescimento de 18,9% sobre a safra anterior, com alta de 2,3% na área, aliado ao ganho estimado em 16,2% na produtividade, por conta das condições climáticas mais favoráveis em relação às últimas duas safras.
Minas Gerais, principal estado produtor de café, deve colher aproximadamente 29 milhões de sacas, aumento de 32,1% em comparação ao volume total colhido na safra anterior. O desempenho das lavouras apresenta um crescimento de 24,2% na produtividade.
Outro importante produtor de arábica, São Paulo produzirá 5,03 milhões de sacas, alta de 14,7% se comparado ao volume obtido em 2022. No Paraná, o incremento na produtividade chega a 51,5% com produção estimada em 718,5 mil sacas. Já na Bahia, foram verificados os efeitos da bienalidade negativa, com uma queda de 12,8% na colheita, chegando a 1,1 milhão de sacas.
Conilon
Já para o conilon é esperada uma queda de 11,2% em relação à safra passada, com colheita estimada chega a 16,17 milhões de sacas. Ainda assim é a terceira maior colheita registrada para a espécie.
O reflexo é a menor produtividade, influenciada pelas condições climáticas adversas registradas no principal estado produtor, Espírito Santo, que impactou parte das lavouras, principalmente em fases iniciais do ciclo. No estado, a colheita está estimada em cerca de 13 milhões de sacas no total, sendo 10,16 milhões de sacas apenas de conilon.
Segundo o maior produtor de café conilon no país, em Rondônia a produção chega a 3,04 milhões de sacas, alta de 8,6% em comparação à safra passada. Resultado favorecido pelo ganho de 16,4% na produtividade, estimulada pelas condições climáticas favoráveis, à entrada de novas áreas em produção, com clones com maior potencial produtivo, melhor manejo das culturas e à maioria das lavouras estarem equipadas com dispositivos para irrigação.
Exportações
De janeiro a novembro deste ano, as exportações brasileiras de café foram de 34,9 milhões de sacas de 60 quilos, segundo os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). A expectativa é que o volume embarcado neste ano se aproxime do volume total embarcado em 2022.
O volume representa uma redução de 4,1% na comparação com igual período do ano passado, queda influenciada pela restrição dos estoques no início deste ano. O aumento da produção na atual safra possibilitou tanto a recuperação na oferta interna quanto nas vendas ao mercado internacional.