Nas entrelinhas da produção agrícola brasileira, há uma força silenciosa e essencial que movimenta a roça, a casa e a comunidade, a presença materna na agricultura familiar.
Muito além das tarefas tradicionais do campo, as mulheres, especialmente as mães, também acumulam funções que vão da semeadura ao cuidado com a família, da gestão da propriedade e até mesmo nas manutenções braçais que o campo exige.
Presença materna

Segundo o Censo Agropecuário do IBGE (2017), cerca de 19% dos estabelecimentos da agricultura familiar no Brasil são chefiados por mulheres.
Além disso, a PNAD Contínua (2022) mostra que mais de 50% das mulheres ocupadas na agricultura familiar também acumulam tarefas domésticas por mais de 20 horas semanais. Ou seja, a mãe agricultora não apenas trabalha na lavoura, ela cozinha, cuida dos filhos, planeja as finanças da casa, participa de associações locais e transmite os saberes da terra às novas gerações.
Esse papel multifuncional faz da mãe uma verdadeira raiz da agricultura familiar. É ela quem preserva técnicas sustentáveis, organiza a produção para o autoconsumo e a venda local, e ainda garante a reprodução cultural e afetiva do modo de vida no campo.
Além da produção de alimentos

Valorizar essa presença é reconhecer que a agricultura familiar vai além da produção de alimentos. Ela é sustentada por vínculos de cuidado, responsabilidade coletiva e resistência, onde a figura materna se entrelaça à terra, ao sustento e à esperança.
Investir em políticas de apoio às mulheres do campo, com recorte de gênero e maternidade, é fortalecer o futuro da alimentação saudável, da justiça social e da permanência das famílias no meio rural.
A mãe agricultora não é apenas uma personagem do cotidiano rural. Ela é base, força e a raiz que cuida, resiste e transforma.