A boa produtividade da safra das águas continua impactando os preços da batata nos principais entrepostos atacadistas do país.
Desde dezembro, os valores do tubérculo está registrando queda, tendência que se manteve em março. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o recuo na média ponderada de preços nas principais Centrais de Abastecimento (Ceasas) foi de 5,34%.
Safra das águas

A alface seguiu em baixa, com queda média de 8,08%, revertendo o aumento observado em fevereiro. As Ceasas de São Paulo (-14,32%), Belo Horizonte (-21,89%) e Recife (-60,79%) puxaram esse movimento. O aumento na oferta e a perda de qualidade da hortaliça, afetada por calor excessivo e chuvas, que explicam o recuo nos preços.
Ao contrário da batata e da alface, outras hortaliças registraram elevação nos preços em março. O tomate, por exemplo, teve os valores impulsionados pela redução gradual da oferta e a proximidade do fim da safra de verão. A oferta caiu 3,3% em relação a fevereiro, 13,2% frente a janeiro e 15,1% na comparação com dezembro de 2024.
A cebola também ficou mais cara, com alta de 11,44% na média ponderada. O aumento é sazonal, reflexo da concentração da produção na região Sul. Apesar disso, a elevação foi considerada moderada em comparação aos dois anos anteriores. Já a cenoura teve um reajuste mais leve, de 3,26%.
Estabilidade no preço das frutas

No segmento das frutas, os preços se mantiveram relativamente estáveis. A maior variação foi observada na maçã, com queda de 2,02% devido ao avanço da colheita da variedade Fuji. A banana apresentou leve retração de 0,48%, com boa oferta das variedades nanica e prata.
O mamão caiu 0,42% na média geral, mas com comportamentos distintos: o tipo formosa teve ampla oferta e boa demanda, enquanto o papaya teve restrições na oferta, o que elevou os preços.
A melancia passou por variações ao longo do mês. No início de março, a escassez da fruta, causada pelo fim da safra no Rio Grande do Sul e colheita limitada na Bahia, elevou os preços. Já na segunda metade do mês, o aumento da produção em São Paulo estabilizou o mercado.
A laranja teve ligeira valorização de 0,14%. A menor procura da indústria, por conta da qualidade inferior das frutas, resultou em mais oferta para o mercado varejista. No cinturão citrícola, os laranjais estão em fase de transição entre o fim da safra tardia e o início da safra precoce.
Exportações
Por sua vez, as exportações do setor começaram o ano com desempenho positivo. Entre janeiro e março, foram embarcadas 301 mil toneladas de produtos, alta de 26% em relação ao mesmo período de 2024.
O faturamento alcançou US$ 311 milhões (FOB), aumento de 7% sobre o ano anterior e de 23% na comparação com 2023.