A participação dos agricultores familiares em redes de sistemas orgânicos estão ganhando espaço como uma importante inovação social.
Nos territórios brasileiro e espanhol, as redes têm apresentado crescimento significativo ao longo das últimas décadas, com soluções que impactam a produção e o consumo de alimentos orgânicos.
Rede de agricultores familiares
A pesquisa conduzida pela pesquisadora Lucimar Abreu da Embrapa Meio Ambiente, analisou a dinâmica de funcionamento desses sistemas coletivos à luz das políticas públicas que incentivam o setor.
“A pesquisa foi conduzida por meio de estudos de casos no Brasil e na Espanha, utilizando técnicas qualitativas construtivistas”, explica a pesquisadora.
Por sua vez, na Espanha a promoção de sistemas alimentares orgânicos tornou-se prioridade com a adoção de políticas alimentares urbanas pela União Europeia, principalmente após a aprovação do Pacto de Milão em 2015.
Já no Brasil, a pesquisa concentrou-se no Vale do Ribeira, em São Paulo, com foco nos impactos das políticas de compra institucional, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Além disso, o estudo buscou compreender como essas políticas influenciaram a organização social dos agricultores, o funcionamento das redes de produção orgânica e os desafios locais.
A pesquisadora também destacou que a necessidade sobre a necessidade de aprofundar o conhecimento sobre a transição agroecológica, pois a falta de suporte técnico impacta diretamente a rede de produção, a organização social e a operacionalização dos programas públicos.
Na espanha, atores-chave entrevistados alegaram que a produção orgânica exige a redefinição dos circuitos de comercialização, transporte e consumo.