Foi aprovada a regulamentação de um projeto-piloto que traz uma inovação no Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), a introdução dos chamados Níveis de Manejo (NM), que consideram a qualidade do solo e as práticas adotadas na propriedade rural.
A medida faz parte do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) e busca tornar as análises de risco mais precisas, levando em conta o histórico de conservação e fertilidade do solo em cada área.
Zoneamento Agrícola de Risco Climático

O modelo tem como base estudos desenvolvidos pela Embrapa, que passou a incorporar critérios relacionados à estrutura física, biológica e química do solo.
Com isso, o zoneamento não se limita mais apenas ao clima, tipo de solo e ciclo das cultivares, mas passa também a refletir o grau de manejo aplicado na lavoura.
A expectativa é de que a nova abordagem ajude produtores a minimizar perdas, especialmente em períodos de estiagem, e que promova práticas sustentáveis no campo.
Cada área será enquadrada em uma das quatro categorias: NM1 (baixo nível de manejo, com solo degradado), NM2 (nível atual do ZARC), NM3 e NM4 (com melhorias crescentes na qualidade do solo). Quanto melhor o manejo, maior será o percentual de subvenção ao prêmio do seguro rural, variando de 20% a 35%.
Inicialmente, a nova metodologia será aplicada apenas em plantações de soja no Paraná, onde foi testada e validada.
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Implementação

A implementação ocorre em caráter experimental e, para participar, o interessado, seja produtor, cooperativa, técnico ou empresa, deverá reunir dados da propriedade, como análise de solo, histórico de cultivo, localização geográfica e imagens de satélite, que serão analisados por empresas especializadas. Esses dados serão então enviados à Embrapa para classificação do Nível de Manejo.
A classificação obtida servirá de base para que o produtor possa contratar o seguro rural com subvenção diferenciada, de acordo com o nível identificado. Um orçamento de R$ 8 milhões foi reservado exclusivamente para essa fase de testes.
Segundo o Ministério da Agricultura, a intenção é melhorar a eficiência do PSR, permitir uma precificação mais justa das apólices e estimular a adoção de práticas conservacionistas nas lavouras. Após essa fase piloto, a proposta é expandir o modelo para outras culturas e regiões do país.