O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou versão atualizada do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) do café canéfora com dados para cultivo e produção, elaborados por especialistas da Embrapa.
As informações que delimita regiões e épocas de cultivo em classes de risco climático, já podem ser consultados no site do ministério.
Zoneamento de risco climático do café canéfora
No caso do café, que é cultura perene, o Zarc se subdivide em dois estudos: o primeiro identifica os municípios com menor risco para o ciclo anual de produção considerando o cafezal estabelecido, em produção. Definida as regiões com condições adequadas, o segundo estudo estabelece as épocas de menor risco para a implantação do cafezal, considerando o plantio de mudas.
Entre as novidades, é que o setor produtivo e as instituições de crédito rural e de seguro que atuam com o café canéfora contam, agora, com a avaliação de riscos climáticos considerando o sistema de classificação de solo em 6ADs, que são classes de solo determinadas pela capacidade de água disponível para a planta, em dois sistemas de produção (sequeiro e irrigado), entre outras possibilidades de especificação durante a consulta.
A novidade é o aprimoramento da metodologia de zoneamento e da incorporação de novas informações da cultura nos últimos dez anos, desde a última edição do Zarc para o canéfora, em 2010.
A intensidade e a duração do déficit hídrico é o principal limitador à cultura do café canéfora no sistema de produção sem irrigação. Temperaturas muito baixas, inclusive geadas, ou temperaturas muito elevadas, especialmente no florescimento, podem afetar o sistema irrigado e o de sequeiro.
Esses são os principais riscos climáticos da cultura que balizaram o estudo de probabilidades e utilizado no planejamento da produção e redução de riscos, exigido para obtenção do seguro rural.
Produção de café canéfora no Brasil
A espécie é cultivada por agricultores familiares e, basicamente, no sistema manual de produção. Possui maior resistência a algumas doenças e a menor dependência de insumos, além da possibilidade da produção sustentável, o que incentivado programas de melhoramento da Embrapa voltados às variedades do canéfora.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 11 municípios de dez estados mantêm produção de conilon e robusta, variedades botânicas da espécie canéfora (Coffea canéfora). Espírito Santo, Rondônia e Bahia são os principais estados produtores
Dados do Observatório do Café da Embrapa apontam que, o café canéfora responde por 30% da produção de café no País, que na safra 2022/2023 ocupou quase 400 mil hectares, com um volume de cerca de 16,2 milhões de sacas do café beneficiado, de acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
O faturamento bruto dos cafés em 2023 ficou em quase 50 bilhões. Os cafés robusta e conilon, ficaram com o equivalente a 24% desse total, R$ 11,75 bilhões.
Café canéfora
O café canéfora possui mais cafeína, sólidos solúveis e ácido que o café arábica e tem destinação específica para a produção de café solúvel e de blends.
Aplicativo do Zarc
O Zarc Plantio Certo é um aplicativo gratuito para Android e iOS, que auxilia produtores e agentes da cadeia do agronegócio, por meio da disponibilização das informações oficiais do Zarc.