Um dos maiores geradores de divisa da Argentina é a produção de óleo de soja. Atualmente esta produção se encontra em alerta máximo, uma vez que corre o risco de perder o seu principal comprador.
A premissa se confirma devido ao anúncio feito pelos Estado Unidos informando que irá aumentar de forma progressiva o processamento doméstico da soja, visando atender à crescente demanda para produção de biodiesel.
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Especialistas ressaltam que a maior parte das divisas geradas pela Argentina são provenientes do setor agroindustrial em geral, bem como do completo soja em particular. Entretanto, a atividade se encontra em risco, fazendo com que o país esteja na mesma situação.
Esse risco que tem assolado a Argentina é devido ao fato de que o país vizinho se encontra consumindo por questões políticas internas, segundo afirmativa dos estudiosos do mercado.
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Durante essa semana a AcSoja, responsável por agrupar a cadeia de soja argentina, realizou um evento virtual, visando alertar sobre a gravidade do assunto.
Sobre o caso o ex-presidente da Alvean (joint venture entre Cargill e Copersucar), Ivo Sarjanovic, afirmou que “a Argentina vai descobrir que os EUA vão entrar em massa no mercado de farelo de soja para competir agressivamente”.
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O especialista alertou ainda que, com a menor oferta exportável de soja nos Estados Unidos, a demanda da China começaria a pressionar ainda mais para originar grãos na América do Sul.
“A ameaça é dupla, porque o mercado de farelo de soja será perdido e mais grãos de menor valor agregado serão exportados”, projeta Ivo Sarjanovic.
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Produção doméstica de soja, no Brasil
No último ano, o processamento doméstico aumentou de forma notória no Brasil. O objetivo do país é aproveitar os altos preços internacionais do óleo de soja.
Vale lembrar que nos últimos doze anos, o Brasil perdeu com a estagnação da produção da oleaginosa na Argentina. Todavia, os especialistas de mercado ressaltam que o ponto mais crítico será enfrentado pelo país nos próximos anos.
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Neste sentido, o Brasil precisa se preocupar com o fato de que, se nada for feito, em algum momento podemos nos tornar apenas exportadores de matéria-prima, incluindo tudo o que inclui a dinâmica comercial.
Apesar da gravidade do problema, exista uma ausência na agenda de trabalho do governo nacional, que não “faz parte das negociações bilaterais com os EUA para reabilitar a possibilidade de exportação de biodiesel para aquele mercado”.
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Esta ação está inviável desde 2017 devido às barreiras comerciais implementadas durante o governo de Donald Trump.