O Brasil deu um passo no fortalecimento de sua indústria de biocombustíveis com o anúncio da aceitação do Certificado Sanitário Internacional Vegetal (CSIV) pelos Estados Unidos para a comercialização de óleo de cozinha usado (Used Cooking Oil – UCO).
A medida, anunciada nesta quinta-feira (20), abre novas portas para o setor, consolidando o país como um fornecedor crucial no mercado global de fontes renováveis de energia.
O UCO, derivado de óleos e gorduras vegetais utilizados em cozinhas e processos de fritura na indústria alimentícia, é um componente vital na produção de biocombustíveis, incluindo biodiesel e combustíveis sustentáveis para aviação.

Com a aceitação do CSIV pelos EUA, o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (DIPOV) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) terá a responsabilidade de emitir certificações que garantam a rastreabilidade, identidade e origem do produto. Esse processo será baseado em rigorosas auditorias dos procedimentos de autocontrole das empresas armazenadoras e exportadoras.
Comercialização de óleo de cozinha
A decisão representa uma oportunidade econômica substancial para o Brasil, especialmente considerando a crescente demanda americana por fontes renováveis de energia. Em 2023, os Estados Unidos importaram cerca de 1,4 milhão de toneladas métricas de UCO, volume suficiente para a produção de 2,27 bilhões de litros de biocombustíveis, gerando aproximadamente US$ 1,66 bilhão em importações.
Atualmente, os principais fornecedores de UCO para o mercado americano incluem países como China, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Chile.
Esta conquista é a segunda abertura de mercado para produtos agrícolas brasileiros nos Estados Unidos em 2024. Em janeiro, o país norte-americano já havia autorizado a importação de gelatina e colágeno de origem animal do Brasil. No ano passado, as exportações do agronegócio brasileiro para os EUA ultrapassaram a marca de US$ 9,82 bilhões, consolidando os Estados Unidos como o segundo maior parceiro comercial do Brasil.

A aceitação do CSIV para o UCO reflete não apenas a qualidade e a segurança dos produtos brasileiros, mas também a capacidade do país de atender aos rigorosos padrões internacionais. Com essa nova abertura, o Brasil está bem posicionado para expandir sua participação no mercado global de biocombustíveis, contribuindo para a sustentabilidade ambiental e impulsionando sua economia.
Essa medida também destaca a importância da colaboração entre os setores público e privado para alcançar novos patamares no comércio internacional, beneficiando agricultores, indústrias e a economia brasileira como um todo. Com a crescente demanda por energia renovável, o Brasil tem agora uma oportunidade única de solidificar sua posição como líder mundial na produção de biocombustíveis.