A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou, em sua publicação mensal de junho, um levantamento com dados atualizados das principais cadeias produtivas do setor agropecuário.
O documento, elaborado pelo Núcleo de Inteligência de Mercado da entidade, reúne informações sobre produção de grãos, etanol, pecuária, comércio exterior, situação climática e perspectivas econômicas.
Cadeias produtivas em junho

Na área de grãos, com base na previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), indica safra recorde, com produção estimada em 336 milhões de toneladas. A segunda safra tem se destacado pela ampliação da variedade de culturas, com aumentos expressivos na produção de sorgo (+121%), gergelim (+1100%) e algodão (+113%).
O etanol, por sua vez, apresentou crescimento na produção impulsionado pelo milho, com expectativa de alcançar 7,3 bilhões de litros na temporada 2024/2025. A decisão do governo federal de elevar a mistura obrigatória de etanol na gasolina C e de biodiesel no diesel B, prevista para agosto, pode contribuir para manter essa tendência.
No segmento pecuário, o boletim analisa os números de abate de bovinos, suínos e aves, além de destacar a retomada do status sanitário do Brasil como livre de influenza aviária.
Cenário internacional

O cenário internacional também impacta o setor. A instabilidade geopolítica no Oriente Médio, especialmente o conflito entre Irã e Israel, tem afetado os preços de petróleo e fertilizantes.
A ureia, um dos principais insumos nitrogenados, registrou alta de 30%. A dependência brasileira das importações preocupa, sobretudo para o abastecimento da segunda safra.
No contexto interno, a análise ainda aponta que o aumento dos juros e a possível elevação do IOF têm dificultado o acesso ao crédito, restringindo investimentos no meio rural. Apesar disso, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio cresceu 6,49% no primeiro trimestre de 2025, com projeção de avanço de 12,3% no Valor Bruto da Produção Agropecuária até o fim do ano.
Sobre o Plano Safra 2025/2026, lançado recentemente pelo governo federal, o boletim observa que os R$ 594,4 bilhões anunciados não atendem plenamente às demandas do setor.
Sendo assim, houve redução nos recursos para investimento (-5,4%) e aumento nos valores destinados ao custeio (+3,3%). As Cédulas de Produto Rural (CPRs) também cresceram, mas a CNA avalia que, por se tratarem de instrumentos privados, não substituem a necessidade de crédito público em volume adequado.