Um surto de contaminação envolvendo rações fabricadas por uma empresa em Goiás, resultou na morte de 245 cavalos em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Alagoas.
O caso, considerado inédito pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), levou à instauração de processos administrativos e ao reforço de ações de fiscalização em todo o país.
Contaminação envolvendo rações

A crise teve início no fim de maio, quando a Ouvidoria do Mapa recebeu a primeira denúncia sobre mortes súbitas em equinos que haviam consumido rações da empresa.
Desde então, as investigações conduzidas pelo Ministério confirmaram um padrão recorrente, os animais afetados haviam ingerido produtos da empresa, enquanto os demais, mesmo no mesmo ambiente, permaneceram saudáveis.
Exames laboratoriais conduzidos pelos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária identificaram a presença de alcaloides pirrolizidínicos, em especial a monocrotalina, substância tóxica derivada de plantas do gênero Crotalaria.
Considerada altamente perigosa para equinos, mesmo em pequenas quantidades, essa substância nunca havia sido detectada em rações voltadas a cavalos na história das fiscalizações do Mapa.
Contaminação

A contaminação, de acordo com os técnicos, teria origem em falhas no controle da matéria-prima utilizada na formulação das rações, que continha resíduos vegetais tóxicos.
Como resposta, o Ministério lavrou auto de infração contra a empresa, determinando a suspensão imediata da produção e da comercialização de rações destinadas inicialmente a equídeos, decisão posteriormente ampliada para todos os tipos de ração animal fabricados pela empresa.
Apesar da interdição, a empresa conseguiu na Justiça uma liminar que autorizou o retorno parcial das atividades, excluindo apenas a produção para equinos. O Mapa, no entanto, recorreu da decisão e anexou novas evidências técnicas, alegando riscos à saúde animal e à cadeia produtiva.
O Ministério informou que continuará monitorando a situação e adotando medidas preventivas. O Portal Agro2 entrou em contato com a empresa para um posicionando sobre o caso, mas até o momento não obteve respostas. O espaço segue aberto.