A unidade da John Deere de Catalão, no sul de Goiás, demitiu, nesta terça-feira (17/1), 85 funcionários. A marca produz maquinários agrícolas dos mais diferentes modelos, desde tratores à colheitadeiras.
De acordo com o presidente do Sindicato de Metalúrgicos de Catalão (Simecat), Carlos Albino de Rezende Júnior, a empresa já havia comunicado, no início de dezembro, a intenção de demitir 200 funcionários.
O motivo das demissões, segundo a nota do Simecat, seria a queda de 30% na produção de pulverizadores. A John Deere produz, por ano, cerca de 2.550 pulverizadores que devem cair para 1.700, ou seja, uma redução de 850 equipamentos produzidos.
Em 2022, quando a empresa produziu 2.550 pulverizadores, foram contratados 400 novos funcionários para atender a demanda.
Procurada pelo Portal Agro2, a John Deere disse que “tais medidas se fizeram necessárias por conta da atual demanda de mercado relacionadas
à produção de colhedoras de cana e pulverizadores”.
Mesmo assim, o Simecat buscou debater com a empresa medidas que evitassem a demissão em massa. Foi oferecido, até mesmo, a implantação de layoff e utilização do banco de horas, mas não houve um consenso. Dessa forma, o sindicato conseguiu reduzir o número de desligamentos de 200 para 85.
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Carlos Albino disse ao Portal Agro2 que o objetivo, no momento, é conseguir benefícios para o trabalhador demitido. Foi proposto para a John Deere uma cesta de R$ 1 mil por trabalhador, mas sem sucesso. Agora, o sindicato tenta um investimento em formação para o funcionário desligado. “O que temos de concreto até agora? Nada”, disse Albino.
Da mesma forma que a John Deere, Mitsubishi demitiu 80 trabalhadores em Catalão, no ano passado
No mesmo caminho da John Deere, a montadora de carros Mitsubishi demitiu 80 funcionários da unidade de Catalão em novembro do ano passado.
A marca, à época, justificou os desligamentos pela queda nas vendas de veículos. A empresa previa vender 27 mil carros em 2022, contudo, até outubro, apenas 19 mil veículos haviam sido vendidos.
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Em conversa com nossa equipe, a assessoria de comunicação do Simecat disse que o sindicato ainda conseguiu reverter as demais demissões que eram pretendidas pela marca.
“A previsão é que haveriam mais demissões podendo chegar a 150. Demitiram 80 e fecharam um reajuste salarial [para os funcionários que ficaram] de 7%, mais um aumento de 13% no vale alimentação, abono de R$ 1.500 e cessaram as demissões”, contou Lara Alves, da assessoria de comunicação do Simecat.
O presidente do Simecat deve se encontrar com a diretoria da John Deere, ainda nesta terça-feira, para concluir a discussão sobre benefícios aos trabalhadores demitidos.