Em 2024, é previsto que o Brasil aumente a produção de arroz, feijão, algodão e trigo, porém diminua a produção de soja, milho e sorgo.
De acordo com os dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de abril, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção total de cereais, leguminosas e oleaginosas deverá atingir 299,6 milhões de toneladas, representando uma redução de 5,0% em relação a 2023, equivalente a 15,8 milhões de toneladas a menos.

Para o ano de 2024, é esperada uma queda de 2,4% na produção de soja, enquanto a produção de sorgo deverá diminuir em 6,8%. Prevê-se uma redução de 11,7% na produção de milho, devido a cortes de 13,5% na safra de milho de primeira e de 11,2% na safra de milho de segunda.
“A produção do milho no Brasil apresentou queda principalmente por conta do preço, que caiu muito e desestimulou seu plantio na 2ª safra. Importante destacar também que o milho 1ª safra enfrentou problemas climáticos em alguns estados com poucas chuvas e muito calor. Uma das consequências, como já vínhamos destacando em outras divulgações, é que alguns produtores deixaram de lado essa produção para plantar algodão, o que também resultou em recordes de produção de algodão”, lembra o gerente do LSPA, Carlos Barradas.
Por outro lado, é projetado um aumento na produção de algodão herbáceo (7,7%), arroz (2,0%), feijão (11,1%) e trigo (27,0%) em comparação com 2023.
A estimativa para a produção de soja em 2024 é de 148,3 milhões de toneladas. A produção total de milho é prevista em 115,8 milhões de toneladas, com 24,0 milhões de toneladas provenientes da primeira safra e 91,8 milhões de toneladas da segunda safra.

A produção de arroz é estimada em 10,5 milhões de toneladas, enquanto a de feijão é de 3,3 milhões de toneladas. A produção de trigo pode chegar a 9,8 milhões de toneladas em 2024, a de algodão herbáceo a 8,3 milhões de toneladas, e a de sorgo a 4,0 milhões de toneladas.
“Esse crescimento deve-se, principalmente, ao aumento na área plantada, que subiu 3,7%. O arroz é plantando durante a safra de verão e sofre uma concorrência muito grande com a soja, principal cultura brasileira. Como os preços do arroz subiram nos últimos meses, houve também um aumento de área plantada em detrimento da soja em algumas localidades. Isso ajuda a explicar o crescimento de 2,0% na produção do arroz em relação ao ano passado”, destaca Barradas.
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Produção nacional
No cenário da distribuição da produção por Estados, o Mato Grosso se destaca como o maior produtor nacional de grãos, contribuindo com 28,0% do total, seguido pelo Paraná (13,4%), Rio Grande do Sul (13,3%), Goiás (10,6%), Mato Grosso do Sul (8,3%) e Minas Gerais (5,6%). Juntos, esses estados representam 79,2% da produção total.

Regionalmente, o Centro-Oeste lidera com 47,2% da produção, enquanto as demais regiões contribuem da seguinte forma: Sul (28,9%), Sudeste (9,2%), Nordeste (8,7%) e Norte (6,0%).
As maiores variações absolutas positivas nas estimativas de produção, em comparação com o mês anterior, foram registradas em Goiás (1.279.774 t) e no Pará (998.575 t). Por outro lado, as variações negativas foram observadas no Paraná (-801.000 t), São Paulo (-442.380 t) e Minas Gerais (-96.291 t).