Nesta segunda-feira (24/10), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) participou da reunião do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag), na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para apresentar ações que ampliam o financiamento privado do agro.
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De acordo com o ministro do Mapa, Marcos Pontes, a pasta está levando o pequeno e médio investidor urbano para o agro. “A gente está colocando o agro na cidade. O papel do Estado é desenvolver mercado, e não controlar mercados”, acrescenta o ministro.
O secretário adjunto de Política Agrícola do Mapa, José Ângelo Mazzillo, afirma que pessoas físicas podem adquirir cotas dos produtos do agro. Os interessados em investimento poderão fazer suas aplicações em cédula de Produto Rural (CPR), que abrange também pacotes como o CRA, o Fiagro e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), um dos mais conhecidos.
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Mazzilo ainda fala sobre os números recordes do CPR. Segundo ele, somente até agosto de 2020 o volume negociado em CPR era de cerca de R$ 17 bilhões e a expectativa é que, para a virada do mês de outubro, esses números ultrapassem a casa dos R$ 200 milhões.
Desafios do financiamento privado rural
De acordo com Mazzilo, o principal desafio é a captação de recursos privados para o agro. Segundo ele, o agronegócio brasileiro é bastante promissor e “nos permite pensar na casa do trilhão”, destaca o secretário.
O presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Barroso do Nascimento, falou do interesse em aproximar a autarquia ao agro, na reunião do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag), que acontece rotineiramente na Fiesp.
Entre os ativos discutidos, o CBio (Crédito de Descarbonização por Biocombustíveis) se apresenta como “forte candidato a entrar na carteira por já ter sido regulamentado”, no entanto, segundo Nascimento, a redução da emissão de carbono “ainda não é capitalizada de forma eficiente”, acrescenta.
“No Brasil, o futuro é verde e digital. De cada quatro refeições servidas no mundo, uma vem do Brasil. Somos o país com a estrutura mais desenvolvida em mercado de carbono”, destacou Nascimento.
Nos próximos cinco anos a CVM pretende transformar o agro em um de seus principais clientes.