A colheita de algodão da temporada 2024/25 já teve início no Brasil, mas, apesar das boas expectativas em relação ao volume produzido, o comportamento dos preços tem gerado preocupação entre os produtores.
A estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta para uma safra de 3,9 milhões de toneladas de pluma nesta temporada.
Caso se confirme, será o segundo recorde seguido e representará um avanço de 5,5% sobre a produção registrada no ciclo anterior, de 2023/24.
Colheita de algodão

Conforme a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o mercado não tem favorecido a valorização do produto. Na Bolsa de Nova York, principal referência para as cotações no Brasil, os preços acumularam queda de 12,2% nos últimos 12 meses, cm base nos dados do Valor Data.
Na última quarta-feira (26), os contratos para dezembro estavam cotados a 68,80 centavos de dólar por libra-peso, frente aos 77 centavos praticados no mesmo período do ano passado. Em junho de 2023, o valor era ainda mais alto: 82 centavos por libra.
A Abrapa ainda destaca que o cenário pressiona a margem de lucro do produtor. Segundo Marcio Portocarrero, diretor executivo da associação, a demanda global pela pluma está estagnada há mais de uma década. Nesse intervalo, os tecidos sintéticos avançaram sobre o espaço tradicionalmente ocupado pelo algodão.
Importância do cultivo

O algodão é uma das principais matérias-primas da indústria têxtil mundial e desempenha papel estratégico na economia brasileira.
Além de ser fundamental para a produção de roupas, tecidos e artigos domésticos, ele movimenta cadeias produtivas que incluem desde o campo até a exportação. No Brasil, o cultivo do algodão impulsiona o agronegócio, gera empregos e contribui significativamente para a balança comercial.