A decisão dos Estados Unidos de voltar atrás na tarifa de 40% aplicada ao café brasileiro abriu espaço para um novo momento na relação comercial entre os dois países.
A reversão ocorreu após a mudança na Ordem Executiva 14.323, de julho de 2025, e foi recebida como uma vitória importante para a cadeia produtiva do café no Brasil.
Café brasileiro

A medida encerra meses de articulações envolvendo exportadores, indústria e entidades dos dois lados. Representantes do setor afirmam que o recuo dos EUA só foi possível após uma mobilização conjunta que envolveu cooperativas, empresas exportadoras, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e organizações norte-americanas, como a National Coffee Association e parte expressiva da indústria de torrefação.
O esforço buscava evitar impactos diretos na competitividade do café brasileiro. Durante o período de vigência da tarifa, exportadores apontaram perda de espaço das principais marcas dos EUA, especialmente diante de acordos firmados pelos norte-americanos com países concorrentes como Vietnã e Indonésia.
Enquanto isso, outras origens, como Colômbia, Costa Rica e Etiópia, seguiam pagando tarifas menores, na faixa de 10%.

Apesar do recuo, as conversas entre autoridades dos dois países continuam. O café solúvel ficou de fora das isenções, e o setor tenta estender o acordo para esse segmento, apontando que a exclusão mantém parte da cadeia em desvantagem.
A avaliação entre lideranças do café é que, se o tarifaço tivesse sido mantido, a perda de mercado poderia se prolongar por anos e até se tornar irreversível. Isso porque, com a troca do produto nas grandes marcas, os consumidores dos EUA tenderiam a se acostumar com cafés de outras origens, reduzindo assim o protagonismo brasileiro no maior mercado consumidor do país.







