Dados da Estatística da Produção Pecuária, divulgados nesta quarta-feira (7/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que o abate de bovinos, suínos e frangos cresceu no terceiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2021. Além disso, também houve aumento na produção de ovos.
Em relação ao abate de bovinos, o crescimento foi de 11,9%, já de suínos registrou aumento de 5,0% e o de frangos subiu 0,9% neste terceiro trimestre de 2022. Com o resultado, o abate de suínos chegou ao patamar mais elevado da série histórica, em 1997. Na produção de ovos também foi registrado recorde, com 1,02 bilhão de dúzias.
Na comparação com o segundo trimestre deste ano, também houve crescimento, sendo de 6,3% para o abate bovino, 2,4% para o suíno e 3,1% para o abate de frangos.
De acordo com o supervisor da pesquisa, Bernardo Viscardi, o abate de suínos e de frangos alcançou números expressivos no terceiro trimestre por causa da diminuição de carne bovina no mercado.
“Com menos carne bovina no mercado interno, devido às exportações em alta e aos níveis de abate ainda abaixo daqueles observados entre 2017 e 2019, o consumidor acaba buscando as proteínas substitutas”, disse.
Abate de bovinos, suínos e frangos
Bovinos
No terceiro trimestre deste ano foram abatidas 7,85 milhões de cabeças de gado, sendo que agosto foi o mês com maior atividade, registrando abate de 2,69 milhões de cabeças, ou seja, 5,8% maior que o mesmo mês de 2021. Por outro lado, setembro foi o mês de menor atividade, com 2,56 milhões de cabeças abatidas.
Viscardi aponta que a variação positiva de 32,3% se deve ao embargo chinês à carne bovina brasileira, vigente entre setembro e dezembro de 2021, por causa de dois casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina.
O Centro-Oeste foi a região que apresentou maior proporção de abate bovino no primeiro trimestre deste ano, em relação ao ano anterior, com 36,9% do total, seguida pelas regiões Sudeste (22,7%), Norte (20,3%), Sul (11,6%) e Nordeste (8,5%).
Em relação ao volume exportado, os produtos in natura acumularam 573,46 mil toneladas, o que representa 34,9% do peso equivalente de carcaças produzido nesse intervalo. Este é o melhor resultado em trimestre considerando a série história iniciada em 1997.
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Suínos
No abate de suínos, julho, agosto e setembro registraram os melhores resultados, chegando a 14,45 milhões de cabeças, o maior nível trimestral da série histórica desde o início do levantamento em 1997. O volume recorde de exportação (288.550 toneladas) no período contribuiu para o escoamento da produção.
No terceiro trimestre de 2022, o volume acumulado de abate de carcaças de suínos foi de 1,33 milhão de toneladas, um aumento de 4,3% em relação ao mesmo período de 2021 e um aumento de 1,8% em relação ao segundo trimestre de 2022.
O número de suínos vivos vendidos no ano aumentou em 692.940 cabeças. O terceiro trimestre, em relação ao ano anterior, foi impulsionado pelo aumento em 18 das 25 unidades da federação participantes da pesquisa – a região Sul foi responsável por 66,6% do abate nacional.
Frangos
Conforme aponta a pesquisa, neste terceiro trimestre foram abatidas 1,55 bilhão de cabeças de frango, sendo o resultado o melhor da série história da pesquisa, com recordes em agosto e setembro.
O peso acumulado de carcaças de frango neste trimestre foi de 3,75 milhões de toneladas. O resultado é um aumento de 2,7% em relação ao mesmo período de 2021 e de 2,7% em relação ao segundo trimestre de 2022.
De acordo com o pesquisador, a exportação sofreu influência dos efeitos da guerra da Ucrânia e da oferta mundial por causa da gripe aviária registrada em importantes exportadores do hemisfério Norte.
Leite, couro e ovos
O leite cru adquirido pelas empresas que operam sob fiscalização municipal, estadual ou federal foi de 6,1 bilhões de litros, uma queda de 1,7% em relação ao terceiro trimestre de 2021 e um aumento de 11,1% em relação ao trimestre anterior.
Os curtumes que curtem pelo menos cinco mil couros inteiros de couro cru a cada ano anunciaram que receberam 7,99 milhões de peças couros. Esse total representa um aumento de 6,7% em relação ao terceiro trimestre de 2021 e de 6,6% em relação ao segundo trimestre de 2022.
Em relação a produção de ovos também foi registrado recorde, com 1,02 bilhão de dúzias, superando a marca de 857 mil dúzias de uma pesquisa anterior, no terceiro trimestre de 2020.
O volume estimado deste trimestre também aumentou 1,2% em relação ao trimestre anterior, marcando a quinta vez que a produção de ovos do Brasil ultrapassou um bilhão de dúzias. A série histórica deste estudo teve início em 1987.