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Equipamento portátil monitora qualidade do leite direto da produção

Sistema SondaLeite usa feixes de luz para classificar leite como normal, Lina ou ácido; tecnologia aguarda parceria para licenciamento e recepção.

Por Janaina Honorato
Publicado em 02/05/2023 às 18:30
Atualizado em 02/05/2023 às 18:44
Equipamento pode ser utilizado no campo, em laticínios e cooperativas.

Equipamento pode ser utilizado no campo, em laticínios e cooperativas. Foto: iStock

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Equipamento portátil desenvolvido pela Embrapa com apoio da iniciativa privada, monitora a qualidade do leite cru no local de produção. A tecnologia em fase experimental de validação, permite acesso aos dados da análise de forma remota via conexão de rede Wi-fi.

Chamado de SondaLeite, o sistema é capaz de detectar com precisão de segundos, um problema complexo que é a incidência do leite inevitavelmente não ácido (Lina), que traz grandes prejuízos à cadeia leiteira no Brasil.

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Cientistas brasileiros desenvolveram uma embalagem inteligente que muda de cor à medida que o alimento se degrada. O projeto foi conduzido por pesquisadores da Embrapa Instrumentação (SP), em colaboração com a Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) e a Universidade de Illinois, em Chicago (EUA). A base da inovação são pigmentos naturais extraídos do repolho roxo. Embalagem inteligente A técnica utilizada, chamada de fiação por sopro em solução, permitiu a produção de mantas compostas por nanofibras com propriedades sensíveis à deterioração dos alimentos. Essa embalagem interativa reage quimicamente às substâncias emitidas pelo alimento em decomposição, alterando sua cor em tempo real. Em testes com filé de merluza, a manta apresentou excelente desempenho, mudando de roxo para azul conforme o peixe perdia a qualidade. Nos primeiros estágios, a embalagem mantinha a coloração roxa, indicando um produto ainda fresco. Após um dia, essa tonalidade começou a desbotar. Em 48 horas, surgiram tons azul-acinzentados, e, ao final de 72 horas, o azul predominante apontava para a deterioração completa do peixe, tudo isso sem a necessidade de abrir a embalagem. Segundo os especialistas da Embrapa, essas mantas de nanofibras funcionam como sensores visuais, capazes de indicar, com precisão, o frescor de peixes e frutos do mar. No entanto, os pesquisadores ressaltam que ainda é preciso ampliar os testes para outras espécies e produtos alimentícios.  Eletrofiação A técnica de fiação por sopro em solução (SBS, do inglês Solution Blow Spinning), empregada no estudo, surgiu em 2009 a partir de uma parceria entre a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a Embrapa Instrumentação e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Diferentemente da eletrofiação, que é mais demorada, cara e limitada em termos de produção, a SBS forma nanofibras em até duas horas sem necessidade de altas voltagens. As nanofibras geradas têm dimensão inferior a um milésimo de milímetro e podem compor materiais semelhantes a tecidos. A pesquisa, supervisionada pelo cientista Luiz Henrique Capparelli Mattoso, também contou com participação da Universidade de Illinois. Durante o desenvolvimento, foram utilizados pigmentos conhecidos como antocianinas, substâncias naturais encontradas em vegetais, flores e frutas que apresentam cores variadas e reagem às mudanças de pH. Extraídas de resíduos de repolho roxo, as antocianinas demonstraram ser ótimos indicadores de deterioração. No total, mais de dez pigmentos vegetais foram testados. Ao serem integradas ao polímero biodegradável policaprolactona, as antocianinas mostraram excelente capacidade de detectar alterações químicas associadas à degradação do peixe. O pesquisador Josemar Gonçalves de Oliveira Filho, responsável pelo desenvolvimento da manta em seu pós-doutorado, destaca o potencial de ampliar o uso dessa tecnologia para outras embalagens alimentares. Segundo ele, embora haja registros de estudos com antocianinas em materiais inteligentes, seu uso em nanofibras ainda é pouco explorado.

Tecnologia brasileira cria embalagem inteligente que muda de cor ao detectar alimento estragado

Ferramenta deve identificar áreas prioritárias para recuperação ambiental

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Sistema SondaLeite usa feixes de luz para classificar leite como normal, Lina ou ácido.
Sistema SondaLeite usa feixes de luz para classificar leite como normal, Lina ou ácido. Foto: Embrapa Instrumentação

Desenvolvimento do equipamento que analisa o leite

Desenvolvido pela Embrapa Instrumentação (SP) em parceria com a Embrapa Clima Temperado (RS), com o apoio da Dairy Equipamentos, sediada em Curitiba (PR), o SondaLeite utiliza flashes de luzes para constatar em 25 segundos as diferentes condições do leite cru , se normal, Lina ou ácido.

Com os resultados alcançados na fase experimental de validação, a tecnologia que pode ser operada por qualquer sistema operacional de computador, celular ou tablet, entra agora no processo de licenciamento para a iniciativa privada, para que seja realizada a produção em escala e disponibilizada ao setor leiteiro uma maneira confiável de detectar a estabilidade do produto.

  • O sistema portátil poderá ser utilizado direto no campo, acoplado em caminhões de coleta a granel, em laboratório e até instalado nos tanques de resfriamento, em laticínios e cooperativas.

Além de monitorar a qualidade do leite, com resultados controlados, pode ser incrementado para funções múltiplas, como detectar mastite e também adulterações.

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Ferramenta capaz de eliminar a interferência humana, conversando e minimizar os prejuízos da cadeia leiteira.
Ferramenta capaz de eliminar a interferência humana, conversando e minimizar os prejuízos da cadeia leiteira. Foto: Embrapa Instrumentação

Equipamento detecta perda de proteína do leite

  • O desafio da cadeia leiteira é a identificação do Lina, alteração na qualidade do leite por conta da perda de estabilidade da caseína, principal proteína do leite. A instabilidade acontece quando o leite submetido ao teste de álcool, também conhecido como Alizarol, talha. Ao coagular na presença da solução alcoólica é confundido com o leite ácido sem, mas, há acidez alta.

O Lina é um desafio para a bovinocultura de leite e não tem causa totalmente esclarecida. Muitos estudos o associam a fatores nutricionais: deficiência nutricional e de energia, restrição alimentar, excesso de proteína degradável no rúmen, deficiência de proteína metabolizável, acidose metabólica, acidose ruminal, alterações na dieta, férias em estágio inicial ou final de lactação.

O teste de álcool, usado há mais de cem anos apresenta resultados subjetivos e sujeitos a falhas humanas. Ele é realizado em cerca de três minutos, momentos antes da coleta do leite nas fazendas, pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), para avaliar a qualidade do produto quanto à acidez e à estabilidade térmica, conforme indica a Instrução Normativa 76, de 26/11/2018.

A norma indica que antes da coleta no local de produção, o leite deve ser agitado e provado no álcool na concentração mínima de 72°GL, precisando estar estável, ou seja, não ter precipitação. Para que o leite seja aceito na indústria, é necessário composição química mínima de 3% de gordura, 2,9% de proteína e 8,4% de extrato desengordurado, e o produto deve ser estável ao álcool ou alizarol a 72%.

Potencial do SondaLeite

Com a necessidade de um teste rápido que identifica o leite cru normal, Lina ou ácido, adequadas ao processamento térmico, o SondaLeite é uma ferramenta com potencial para eliminar a interferência humana, minimizar os prejuízos da cadeia leiteira, principalmente dos pequenos produtores.

  • Pesquisa: Produção de leite na pecuária brasileira possui baixa emissão de carbono, diz estudo

 

Tags: embrapaequipamentoLeitepecuáriaqualidade do leite

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