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Nanotecnologia é usada no combate à doença do mal-do-caroço em caprinos e ovinos

Tratamento usa nanopartículas e nanofibras para potencializar a ação do antibiótico diretamente nas áreas afetadas.

Por Bruno Goulart
Publicado em 14/02/2023 às 22:35
Atualizado em 14/02/2023 às 22:36
mal-do-caroço

Doença acomete caprinos e ovinos em todas as regiões brasileiras. Foto: Embrapa/Reprodução

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A utilização de técnicas de nanotecnologia pela Embrapa e pela Universidade Federal de Lavras (Ufla) visa controlar a linfadenite caseosa, conhecida como “mal-do-caroço”, que afeta caprinos e ovinos em todo o país.

O novo tratamento consiste na aplicação de antibióticos de forma racional diretamente na área afetada por meio de nanopartículas e nanofibras, proporcionando benefícios em termos de biossegurança e redução de resíduos de antibióticos no leite e na carne desses animais.

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Cientistas brasileiros desenvolveram uma embalagem inteligente que muda de cor à medida que o alimento se degrada. O projeto foi conduzido por pesquisadores da Embrapa Instrumentação (SP), em colaboração com a Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) e a Universidade de Illinois, em Chicago (EUA). A base da inovação são pigmentos naturais extraídos do repolho roxo. Embalagem inteligente A técnica utilizada, chamada de fiação por sopro em solução, permitiu a produção de mantas compostas por nanofibras com propriedades sensíveis à deterioração dos alimentos. Essa embalagem interativa reage quimicamente às substâncias emitidas pelo alimento em decomposição, alterando sua cor em tempo real. Em testes com filé de merluza, a manta apresentou excelente desempenho, mudando de roxo para azul conforme o peixe perdia a qualidade. Nos primeiros estágios, a embalagem mantinha a coloração roxa, indicando um produto ainda fresco. Após um dia, essa tonalidade começou a desbotar. Em 48 horas, surgiram tons azul-acinzentados, e, ao final de 72 horas, o azul predominante apontava para a deterioração completa do peixe, tudo isso sem a necessidade de abrir a embalagem. Segundo os especialistas da Embrapa, essas mantas de nanofibras funcionam como sensores visuais, capazes de indicar, com precisão, o frescor de peixes e frutos do mar. No entanto, os pesquisadores ressaltam que ainda é preciso ampliar os testes para outras espécies e produtos alimentícios.  Eletrofiação A técnica de fiação por sopro em solução (SBS, do inglês Solution Blow Spinning), empregada no estudo, surgiu em 2009 a partir de uma parceria entre a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a Embrapa Instrumentação e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Diferentemente da eletrofiação, que é mais demorada, cara e limitada em termos de produção, a SBS forma nanofibras em até duas horas sem necessidade de altas voltagens. As nanofibras geradas têm dimensão inferior a um milésimo de milímetro e podem compor materiais semelhantes a tecidos. A pesquisa, supervisionada pelo cientista Luiz Henrique Capparelli Mattoso, também contou com participação da Universidade de Illinois. Durante o desenvolvimento, foram utilizados pigmentos conhecidos como antocianinas, substâncias naturais encontradas em vegetais, flores e frutas que apresentam cores variadas e reagem às mudanças de pH. Extraídas de resíduos de repolho roxo, as antocianinas demonstraram ser ótimos indicadores de deterioração. No total, mais de dez pigmentos vegetais foram testados. Ao serem integradas ao polímero biodegradável policaprolactona, as antocianinas mostraram excelente capacidade de detectar alterações químicas associadas à degradação do peixe. O pesquisador Josemar Gonçalves de Oliveira Filho, responsável pelo desenvolvimento da manta em seu pós-doutorado, destaca o potencial de ampliar o uso dessa tecnologia para outras embalagens alimentares. Segundo ele, embora haja registros de estudos com antocianinas em materiais inteligentes, seu uso em nanofibras ainda é pouco explorado.

Tecnologia brasileira cria embalagem inteligente que muda de cor ao detectar alimento estragado

Ferramenta deve identificar áreas prioritárias para recuperação ambiental

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Em comparação com o tratamento disponível atualmente, que envolve um manejo trabalhoso e gera custos com mão de obra e medicamentos, o novo procedimento é mais viável para rebanhos numerosos e apresenta menor risco de contaminação para o manejador e o meio ambiente.

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doença
Além de reduzir custos, o tratamento torna o processo ambientalmente mais sustentável e reduz os riscos de contaminação de carne e leite. Foto: Embrapa/Reprodução

A doença bacteriana infectocontagiosa conhecida como “mal-do-caroço, resulta na formação de abscessos em linfonodos superficiais (gânglios linfáticos) ou em linfonodos e órgãos internos do animal.

A enfermidade afeta a maioria dos rebanhos de ovinos (94,2%) e caprinos (88,5%) na Região Nordeste, onde a produção desses animais é mais concentrada.

Tratamento a doença do mal-do-caroço

tratamento
Técnicas de nanotecnologia estão sendo usadas para controle da linfadenite caseosa (mal-do-caroço). Foto: Embrapa/Reprodução

A Embrapa e a Ufla estão desenvolvendo um tratamento que utiliza a cloxacilina, um antibiótico priorizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de forma racional, visando maximizar a biossegurança e reduzir os riscos ambientais.

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A equipe de pesquisa tem como objetivo chegar a um protocolo eficiente, com custos acessíveis e baixo nível de complexidade, ao mesmo tempo que garante alta eficácia e biossegurança.

Segundo a pesquisadora da Embrapa Caprinos e Ovinos, Patrícia Yoshida, responsável pelo projeto, o objetivo é alcançar a cura precoce do abscesso sem a necessidade de abrir e expor o material purulento, o que seria um procedimento mais seguro.

O novo tratamento consiste em administrar altas concentrações de antimicrobianos diretamente no abscesso, com baixas concentrações nos tecidos e no sangue. Desse modo, espera-se que haja menor quantidade de resíduos de antibióticos no leite e carne desses animais.

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Outros tratamentos

O tratamento convencional para o abscesso maduro consiste na drenagem cirúrgica do conteúdo purulento do caroço, seguida de cauterização química da ferida com tintura de iodo a 10% por, pelo menos, dez dias (como mostrado na foto à esquerda).

No entanto, se o procedimento não for realizado completamente, o abscesso pode reaparecer na mesma região após alguns meses. O tratamento convencional custa cerca de 86 reais por animal para o produtor.

As opções de tratamento disponíveis atualmente são trabalhosas, têm alto custo e não garantem 100% de eficácia na eliminação do agente infeccioso no abscesso.

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O tratamento com iodo ainda apresenta riscos de contaminação para o manejador e o meio ambiente, pois requer a abertura do caroço e a drenagem do conteúdo que possui alta carga bacteriana. Além disso, a linfadenite caseosa é uma zoonose e pode ser transmitida para os seres humanos.

Tags: doençamal-do-caroçotratamento

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