A agropecuária brasileira registrou saldo negativo de 332 postos de trabalho em março de 2023. Os segmentos de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura admitiram 117.601 pessoas no período e desligaram 117.933 pessoas, pressionados pelo fim da safra de diversos culturas como a soja e de mudanças no ciclo pecuário.
O setor agropecuário foi o único entre cinco principais da economia, que também conta com Serviços, Construção, Indústria e Comércio a apresentar resultado negativo, segundo dados divulgados na última semana, pelo Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Agropecuária: redução das vagas de empregos
Para a agropecuária, a redução já era esperada nesse período. A média para o mês de março é de saldo negativo de -1.401, por conta do final de algumas safras. Neste ano, o mercado foi melhor quando comparado ao mesmo período do ano anterior, em março de 2022, quando houve redução de 18.871 postos no setor.
Se considerar os últimos 12 meses, de abril de 2022 a março de 2023, o saldo é de 79.516 empregos e nos três primeiros meses do ano, de 40.048 postos.
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Geração de empregos por regiões
Na agropecuária, somente o Sudeste e o Norte registraram saldo positivo em março, com 8.443 e 678 empregos, respectivamente. O Sul do país apresentou a maior redução, um 4.211 postos a menos.
Treze estados apresentaram saldo positivo em março de 2023, com destaque para Minas Gerais que registrou 9.018 novos postos de trabalho na agropecuária. O estado de Mato Grosso apresentou uma perda de 4.392 postos de trabalho no mês, ficando com a última posição.

Atividades agropecuárias e geração de empregos
As atividades agropecuárias que mais contribuíram com a criação de novas vagas de emprego em março de 2023 foram: a produção de sementes certificadas, exceto de Forrageiras para Pasto que gerou 5.326 postos de trabalho; serviço de preparação de terreno, cultivo e colheita criou 3.611; na sequência vem cultivo de cana-de-açúcar com 1.845; cultivo de alho com 1.817; e atividades de pós-colheita ficou com 1.483.
Já as atividades com maior perda na geração de empregos no período foram: cultivo de maçã que teve saldo negativo de -6.905; cultivo de laranja que caiu -5.492; o cultivo de Soja com -3.868; seguidos de atividade de apoio à pecuária não especificadas com -1.429; e cultivo de algodão herbácea: -339.
Saldo de geração de empregos Brasil
A economia brasileira no total criou 195.171 novas vagas de emprego no terceiro mês deste ano, saldo que foi resultado das 2.168.418 admissões e 1.973.247 demissões que aconteceram no mês. Com relação ao mesmo período de 2022, em que foram geradas 98.786 vagas, o saldo atual é 97,6% maior.
Entre os setores, Serviços registou geração de 122.323 vagas, seguido pela Construção (33.641), Indústria (20.984) e Comércio, com 18.555 empregos. A Agropecuária, como já vimos, registrou um saldo negativo de 332 postos, pressionada pela chegada da entressafra.