Conforme os dados do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a inflação em dezembro foi puxada pelo valor dos alimentos, bebidas e transportes.
No acumulado de 2024, o impacto da alta dos alimentos no domicílio foi registrado principalmente nas classes de rendas mais baixas, enquanto o grupo de transportes foi mais intensa para as famílias de renda alta.
Inflação em dezembro
No setor de alimentos, apesar das quedas significativas em itens como cereais (-0,98%), tubérculos (-7,2%) e laticínios (-0,63%), o impacto mais relevante para as classes de menor renda em dezembro foi causado pela alta acentuada nos preços das proteínas animais, como carnes (5,3%) e aves e ovos (2,2%), além do aumento nos preços do óleo de soja (5,1%) e do café (5%).
No que diz respeito aos transportes, o aumento nos preços dos combustíveis (0,7%) e o reajuste nas tarifas de trem e ônibus interestaduais (3,8%) afetaram de forma mais significativa as famílias de menor renda. Por outro lado, as tarifas de transporte por aplicativo (20,7%) e as passagens aéreas (4,5%) tiveram um impacto maior nas famílias de maior poder aquisitivo.
Já o grupo de habitação apresentou uma deflação, especialmente devido à redução nas tarifas de energia elétrica (-3,2%), o que proporcionou um alívio para todas as classes em dezembro.
De maneira geral, as principais pressões inflacionárias nos últimos 12 meses se concentraram nos grupos de alimentos e bebidas, saúde e cuidados pessoais, e transportes. No caso dos alimentos no domicílio, embora os aumentos tenham sido amplos, alguns itens se destacaram pelos fortes aumentos, como arroz (8,2%), carnes (20,8%), aves e ovos (6,5%), óleo de soja (29,2%), leite (18,8%) e café (36,9%).
Em relação a saúde e cuidados pessoais, os maiores impactos nos últimos 12 meses vieram dos produtos farmacêuticos (6%) e de higiene (4,2%), dos serviços de saúde (7,6%) e dos planos de saúde (7,9%). No grupo transportes, as maiores contribuições para a inflação vieram das tarifas de metrô (10,8%), do transporte por aplicativo (10%) e dos aumentos na gasolina (9,7%) e no etanol (17,6%).
Informações extraídas da Agência Brasil