O recuo no preço da arroba bovina formou uma conjuntura favorável para os lucros de frigoríficos pelo Brasil. As exportações recordes de carne bovina é um dos motivos.
De acordo com analistas ouvidos pela Reuters, o cenário só não é melhor devido o mercado interno que consome cerca de 70% da carne produzida no país. Além disso, outros fatores como inflação e menor poder de compra dos brasileiros afeta a situação. Hoje, o mercado brasileiro exporta 30% da carne bovina produzida por aqui.
Segundo o diretor da Scot Consultoria, Alcides Torres, a margem dos frigoríficos que exportam melhorou bastante, no entanto, a conversão disso em lucros depende dos custos que cada empresa possui.
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Queda no preço da arroba bovina
O preço da arroba do boi vem caindo significativamente de janeiro para cá. Segundo dados divulgados pela Forbes, a arroba do boi esteve em R$ 332,23 de janeiro a março, caindo para R$ 305,56 de abril a junho. De julho a agosto outro recuo foi registrado ficando em R$ 294,94. Para o quarto trimestre desse ano, a média se encontra em R$ 278,79.
Mas porquê o preço da arroba bovina está caindo? Isso pode ser explicado pela melhora no ciclo do gado e uma ampliação modesta na oferta de animais disponíveis para abate. Além disso, o consumo interno fraco pressiona o mercado a não subir mais o preço da proteína.
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Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o consumo de carne bovina no mercado brasileiro ainda não se reaqueceu, como se esperava para o quarto trimestre, onde os consumidores buscam mais o produto para as festas de fim de ano.
Outro fator que tem influenciado o recuo no preço da arroba do boi são as negociações de exportação do produto com a China, até então, maior compradora da proteína brasileira.
Exportações recordes
Somente em setembro deste ano, a China foi responsável por 52,8% da compra da carne bovina brasileira. No mês, isso representa 231,4 milhões de toneladas exportadas. Um marco histórico para o período.
As vendas no mês de outubro também apresentam números animadores: já superam as exportações do mesmo mês no ano passado.
De acordo com a analista de agronegócios, alimentos e bebidas do BB Investimentos, Mary Silva, os patamares históricos nas vendas externas da proteína brasileira deve ser sentida nos balanços de grandes companhias como Minerva, JBS e Marfrig.
Segundo a especialista, a mais beneficiada deve ser a Minerva, devido seu mercado de bovinos estar mais voltado às exportações.
No caso da JBS e Marfrig, apesar do cenário animador no Brasil, o mercado dos EUA tende a trazer uma queda de volume aos seus negócios. Isso é explicado pela baixa procura por carne bovina do país, em meio à forte inflação no mercado norte-americano.
Com informações da Forbes.