Com a tarifa de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros prestes a entrar em vigor, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que o governo não irá retaliar os Estados Unidos.
A informação foi divulgada nesta sexta-feira (1°) durante uma coletiva de imprensa.
Com base no ministro, o governo pretende proteger a economia brasileira com a decisão.
“São ações de proteção da soberania, proteção da nossa indústria, do nosso agronegócio, da nossa agricultura”, alegou o ministro.
Tarifa de 50%

O decreto que eleva para 50% as tarifas de produtos brasileiros, foi assinado nessa quarta-feira (30) pelo presidente Donald Trump. A medida assinada pelo presidente começa a valer no dia 6 de agosto e pode afetar o comércio entre os países.
Com base na estimativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o impacto das novas tarifas pode levar à perde de até US$ 5,8 bilhões ao longo do ano.
Entretanto, com os dados divulgados nessa quarta-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), 44,6% do valor exportado pelo Brasil em 2024 ficará fora da medida, devido a uma lista com aproximadamente 700 exceções.

Dentre as exceções contempladas, estão produtos como suco e polpa de laranja, castanha-do-pará, combustíveis, minérios, fertilizantes, além de aeronaves civis e seus respectivos motores, peças e componentes. Itens como polpa de madeira, celulose, metais preciosos, energia e derivados energéticos também não foram atingidos pelas novas taxas.
Por outro lado, produtos como café, carnes e frutas não foram incluídos na lista de isenções estabelecida pelos Estados Unidos e, portanto, serão submetidos a uma tarifa de 50%.
Um dos setores mais atingidos deve ser o de carne bovina. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) calcula que o prejuízo pode chegar a US$ 1 bilhão.