O Brasil conseguiu aprovação dos demais países membros e terá maior captura de atum em 2024. O levantamento foi obtido na rodada final de negociações da Comissão Internacional de Conservação de Atuns do Atlântico (ICCAT).
Conforme o ordenamento pesqueiro internacional dos atuns, o Brasil seria penalizado em 2024 pela exceção da cota de 6 mil toneladas desde 2019, período em que o país abandonou os tratados internacionais de sustentabilidade.
Levantamento de captura de atum em 2024
Conforme a rodada de negociações encerrada nessa segunda-feira (20/11), no Cairo, no Egito, em 2024 o país precisaria devolver 1.587 toneladas e pescar apenas 4,41 mil toneladas, no que resultaria em um impacto social e econômico relevante na cadeia de produção.
Com o intuito de evitar esse cenário, a delegação brasileira apresentou um plano de devolução ao longo dos anos de 2024 a 2028. Também foi relatado vários avanços no monitoramento da pescaria obtidos desde janeiro, com recriação do ministério e a volta do país à comunidade internacional, além das medidas de controle e pesquisas sobre capturas e desembarques de albacora bandolim implementadas em 2023.
O levantamento também apontou que o excedente de captura dos últimos anos chegou a ameaçar o direito de pescar atuns nas primeiras reuniões da ICCAT, que ocorreram em março e junho.
“Conseguimos aprovar o plano de devolução do excedente em 5 anos, o que nos garante um cota maior em 2024. Mas ainda mais importante é a volta do nosso país ao fórum mundial de negociação, com posição altiva, com voz e com consistência técnica”, citou a secretária de Registro, Monitoramento e Pesquisa, Flávia Lucena Frédou, que liderou a comitiva brasileira dentro do plenário, no Cairo.
Principais estados de captura de atum
Também estiveram presente na comitiva, o secretário da Pesca Industrial, Amadora e Esportiva , Expedito Netto, o diretor do Departamento de Pesca Industrial, Amadora e Esportiva, Édipo Cruz, com a diretora do Departamento de Registro e Monitoramento, Elielma Borcem, com o chefe da Assessoria Internacional, Ricardo Bacelette, com o assessor internacional, André Bispo e com o coordenador geral de estatística, Alex Lira.
O setor privado ainda enviou analistas da Associação Brasileira da Indústria de Pesca (Abipesca) para atuar como observadores. Já os técnicos do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima participaram de remotamente.
Atualmente, a pescaria de atum é difundida em todo o litoral brasileiro e envolve tanto pescadores artesanais quanto industriais. É uma das principais pautas de exportação do pescado nacional, no qual os principais estados produtores são Rio Grande do Norte e Ceará.
Os métodos utilizados nessa pescaria são variados, onde no litoral Sul, é mais comum a pesca do peixe um a um, com vara e isca viva. Já no Nordeste, a técnica mais difundida é o espinhel de superfície.
Até o último dia 17 de novembro deste ano, a captura nacional de atuns havia atingido a marca das 5.001 toneladas. Com esse cenário, a atividade vem obtendo receitas cada vez maiores com a exportação.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, as vendas para o exterior só neste ano renderam quase R$ 39 milhões ao país. A expectativa é que ao final do ano a marca ultrapasse os US$ 41 milhões de 2022.