O desempenho da economia brasileira em 2025 deve ser sustentado, sobretudo, pelo campo. De acordo com o Informe Conjuntural do 2º trimestre, divulgado nessa terça-feira (19) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a previsão de expansão da agropecuária subiu de 5,5% para 7,9%, impulsionada por condições climáticas favoráveis, produção animal em alta e safra recorde.
Na contramão, a indústria enfrenta juros elevados e um cenário internacional desfavorável. A entidade revisou de 2% para 1,7% a expectativa de crescimento do PIB industrial.
Economia brasileira em 2025

O setor de transformação, que registrou queda no primeiro semestre após avançar 3,8% em 2024, deve encerrar o ano com alta de apenas 1,5%, abaixo da projeção inicial de 1,9%.
Entre os ramos da indústria, alguns segmentos devem sustentar números positivos. A construção civil segue em expansão, com previsão de 2,2%, apoiada no avanço dos lançamentos do Minha Casa, Minha Vida em 2024. Já a indústria extrativa teve sua projeção dobrada para 2%, graças ao aumento da produção de petróleo. O setor de eletricidade, gás, água, esgoto e resíduos permanece com previsão de crescimento de 2,5%.
No comércio exterior, o desempenho será marcado por pressões adicionais. Apesar do crescimento de 2% no volume exportado entre janeiro e julho, a queda de preços no mesmo percentual limitou o avanço da receita, que somou US$ 198 bilhões no período, contra US$ 197,8 bilhões em 2024.

A tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a parte dos produtos brasileiros deve reduzir as vendas da indústria de transformação ao país. Entre janeiro e julho, o setor exportou US$ 19 bilhões para os EUA, 7% a mais do que no ano anterior – resultado atribuído, em parte, à antecipação de compras pelas empresas americanas.
Com isso, a CNI reduziu a previsão de exportações totais de US$ 347,3 bilhões para US$ 341,9 bilhões em 2025. Já as importações devem atingir US$ 285,2 bilhões, ligeiramente acima da projeção anterior. O saldo da balança comercial deve encerrar o ano em US$ 56,6 bilhões, 14% abaixo do registrado em 2024.
No conjunto, a economia brasileira deve crescer 2,3% em 2025, sustentada pela força da agropecuária e pelo mercado de trabalho aquecido, que compensam parte das perdas da indústria diante das incertezas externas e das restrições impostas pela política monetária.