Nos últimos meses, os preços de várias frutas e hortaliças nos principais mercados atacadistas têm registrado quedas.
A informação é do 7º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado nesta quinta-feira (18) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A cenoura, o alface, o mamão e a melancia são alguns dos produtos que apresentaram reduções superiores a 20%. A diminuição mais acentuada foi observada no alface na Central de Abastecimento (Ceasa) de Recife (PE), onde o preço caiu 46,49%.
Preços baixos
Esse cenário, com preços baixos, se repete nos meses de junho e julho, refletindo uma menor demanda, mesmo com a boa qualidade do produto.

No caso da cenoura, as reduções de preços foram notáveis em diversas regiões. Em Goiás, a diminuição foi de 35,76%, enquanto na Ceasa de Santa Catarina e na do Ceará, os preços não caíram mais de 20%.
A estabilidade dos envios de cenouras para os mercados de todas as regiões produtoras ajudou a manter a oferta constante, beneficiando o consumidor.
Frutas
O mamão também registrou uma queda de 26,34% em junho, influenciada pelo aumento da oferta de variedades como a papaya e a formosa, oriundas do norte do Espírito Santo e sul da Bahia.
A demanda mais fraca devido ao clima frio contribuiu para a queda dos preços. A tendência é que essa dinâmica continue em julho.

A melancia seguiu um padrão semelhante, com uma redução de 23,72% em média, resultado da maior produção em Goiás e da colheita no Tocantins, além da demanda impactada pelas baixas temperaturas.
A cebola teve uma diminuição média de 10,83% nos preços em junho, e o tomate e a laranja também apresentaram quedas, embora menos acentuadas, de 6,11% e 3,29%, respectivamente.
Produtos mais caros
Por outro lado, alguns produtos ficaram mais caros. A batata, por exemplo, teve um aumento médio de 3,36% devido à oferta insuficiente da safra da seca.
A banana viu um aumento de 6,46%, explicado pela diminuição da oferta da variedade nanica, principalmente nas regiões produtoras de Minas Gerais e São Paulo.
A maçã teve um pequeno incremento de 1,35%, em parte devido à safra ruim na Região Sul e à menor demanda ocasionada por fatores como festas juninas e férias escolares.
Exportações
No cenário das exportações, o volume enviado ao exterior no primeiro semestre de 2024 foi de 409 mil toneladas, uma queda de 8,44% em relação ao mesmo período de 2023.
Contudo, o faturamento alcançou U$S 476,1 milhões, um aumento de 0,5% em relação ao primeiro semestre de 2023 e de 16,2% comparado ao mesmo período de 2022.
A Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do Rio Grande do Norte (Faern) espera um crescimento nas exportações de frutas brasileiras, impulsionado por condições climáticas favoráveis e um mercado europeu com altos custos de produção.
Por fim, o destaque desta edição do Boletim é a decisão de retirar as Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (CeasaMinas) e a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) do Plano Nacional de Desestatização (PND), o que pode ter impactos significativos para o setor.