Três convênios envolvendo os governos federal, paraense e a prefeitura de Belém foram assinados nesta segunda-feira (06) no Palácio do Planalto. Visando a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), preveem investimentos de mais de R$ 1,3 bilhão em melhorias na capital do Pará.
O evento não contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que justificou a ausência devido a uma reunião emergencial em Porto Alegre.
Convênios da COP30
Os investimentos destinados à modernização da infraestrutura viária de Belém e à implantação do Parque Linear Doca representam maior parte previsto nos três convênios assinados. Cerca de R$ 1 bilhão será direcionado para essas iniciativas, que prometem não apenas revitalizar a cidade, mas também prepará-la adequadamente para sediar a COP 30.
As ações planejadas abrangem uma gama diversificada de projetos, incluindo melhorias no saneamento básico, como a execução de 50 quilômetros de rede coletora de esgoto e a instalação de 4,8 mil ligações de tubulações.
Além disso, estão previstas obras de pavimentação em vias de acesso ao local da conferência climática, bem como a implantação de vias marginais do Canal Água Cristal e a instalação de equipamentos de controle de tráfego.
Durante a cerimônia de assinatura, o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, enfatizou a importância do primeiro convênio, que concentra os investimentos na infraestrutura urbana de Belém.
Ele destacou que esse acordo representará um “legado” significativo deixado pela empresa e pelo governo federal para a capital paraense e para o país como um todo.
Verri ressaltou o compromisso da Itaipu Binacional em fornecer energia de alta qualidade de forma acessível, alinhada aos princípios da sustentabilidade ambiental e em prol do desenvolvimento social.
“Os investimentos socioambientais que realizamos e anunciamos hoje em infraestrutura em Belém não são aleatórios, mas sim parte de um compromisso estratégico com a missão da Itaipu Binacional”, disse o diretor de Itaipu.
Futuro sustentável
Enio Verri destaca que as tragédias recentes no Rio Grande do Sul alertam sobre as consequências do desequilíbrio climático.
Ele enfatiza que empresa e governo devem liderar a transição para um futuro mais sustentável, não apenas substituindo fontes de energia fóssil por renováveis, mas promovendo uma transformação profunda em direção a uma sociedade mais justa e ambientalmente consciente.
“Ao sediar a COP, um fórum internacional da ONU para debater mudanças climáticas pela primeira vez na região da Amazônia, o Brasil reafirma seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e a preservação ambiental”, completou.
Segundo convênio: Parque, Ver-o-Peso e biotecnologia
O segundo convênio, assinado com a prefeitura de Belém, destina R$ 323,5 milhões para a implantação do Parque Urbano Igarapé São Joaquim. O projeto abrange diversos aspectos, como arquitetura, paisagismo, redes de esgoto e abastecimento, iluminação pública, pavimentação e sinalização viária.
Além disso, inclui a reforma e revitalização do histórico Complexo Ver-o-Peso, um dos mercados mais antigos do Brasil, e a restauração do Mercado Municipal de São Brás, localizado no centro da cidade.
Por último, um convênio no valor de R$ 41,8 milhões foi estabelecido visando o desenvolvimento de uma metodologia para a gestão de resíduos sólidos, assim como a implementação de ações de educação ambiental e inovação em biotecnologia.
COP da Floresta
O ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Rui Costa, destaca a importância da COP 30 como uma oportunidade global para refletir sobre medidas preventivas contra os efeitos climáticos extremos.
Ele ressalta que esse foi o objetivo do presidente Lula ao anunciar o interesse do Brasil em sediar a conferência e escolher Belém como sua sede.
“Um lugar cercado de grandes e importantes rios, da floresta e de um biossistema absolutamente relevante para o planeta”.
O governador do Pará, Hélder Barbalho, ressalta que os impactos climáticos locais, como os observados no Rio Grande do Sul, muitas vezes têm suas origens em danos ambientais ocorridos em outras regiões, inclusive em países distantes.
Isso reforça a necessidade de uma abordagem global no cuidado com o meio ambiente, que envolva todas as nações em um esforço conjunto de preservação e sustentabilidade.
“Nós estamos fazendo um chamamento ao mundo, de que a COP da Floresta será um novo momento para soluções em que a floresta seja um ponto central. Não para apenas apontarem o dedo e nos dizer as [nossas] responsabilidades, mas para construir junto, conosco, soluções que possam preservar o meio ambiente, inserindo uma nova atividade econômica baseada na natureza”, discursou o governador do Pará.
O que é a COP30?
A 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) está agendada para novembro de 2025 na capital paraense. Este evento marcará a primeira vez que a Amazônia, um bioma crucial na luta contra a mudança climática, sediará uma COP.
A COP reúne líderes mundiais anualmente para discutir soluções destinadas a conter o aquecimento global e desenvolver alternativas sustentáveis para a vida no planeta.
Este encontro representa uma oportunidade significativa para destacar a importância da preservação da Amazônia e promover ações coordenadas para enfrentar os desafios climáticos globais.
