A falta de fertilizantes químicos no mercado internacional vai afetar o preço dos alimentos no Brasil. E isso tem uma causa: a guerra da Rússia contra a Ucrânia.
A título de curiosidade, a Rússia detém cerca de 15,1% do total de fertilizantes exportados no mundo. Além disso, é o principal fornecedor dos insumos para a agricultura brasileira. Isso torna o Brasil, de certa forma, dependente dos fertilizantes russos.
O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Antônio Galvan, fez um alerta nesta quinta-feira (20/10) sobre os riscos à segurança alimentar nacional. A falta de fertilizantes além de reduzir a produção agrícola do país, vai afetar os preços dos alimentos. E, segundo Galvan, quem vai sofrer é a população mais pobre que terá que destinar boa parte de seus recursos financeiros para adquirir comida.
“O preço para importar fertilizantes está muito mais caro com a guerra. E isso vai refletir em produção menor nas nossas lavouras. Quem mais vai sentir este impacto são as pessoas de baixa renda, quem gastam a maior parte de seus recursos para adquirir a cesta básica”, destaca Galvan.
O presidente da Aprosoja Brasil ainda defende a necessidade de aprovar pautas prioritárias para o setor produtivo rural no Congresso Nacional. De acordo com ele, projetos de lei como do Licenciamento Ambiental, da Regularização Fundiária e dos Defensivos já tramitam no Senado e são necessários para reduzir a “dependência de fornecedores externos.”
“Precisamos aprovar com urgência esses projetos para viabilizar a produção e atender a demanda mundial”, disse Galvan.
Solução paralela para a falta de fertilizantes no Brasil

Pesquisadores brasileiros afirmam que o pó de rochas disponíveis no país pode abrandar a dependência nacional de fertilizantes importados.
Além disso, a utilização desse mineral ajuda na fertilização do solo, como também contribui no aumento da produtividade das lavouras.
Queda na produção de fertilizante nacional

De acordo com a Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), a produção nacional de fertilizantes recuou 8,67% em comparação com o primeiro semestre de 2021, quando o país produziu 23,82 mi de toneladas de insumos. O recuo representa uma queda de mais de 2 milhões de toneladas.
Além disso, o preço do fertilizante está 24% mais alto em relação a setembro de 2021 e 145% a mais em relação a setembro de 2020.
Rússia e Canadá se mantém como os principais fornecedores de insumos ao mercado brasileiro.