O fenômeno El Niño que provoca aquecimento acima de 0,5 graus nas águas do Pacífico, resultou 0,46 ponto percentual a mais na inflação dos alimentos consumidos em casa no terceiro trimestre de 2023.
Segundo um estudo da LCA Consultores, de julho a setembro, os preços da alimentação no domicílio caíram 2,97% e sem a influência do El Niño, a queda teria sido maior, registrando assim 3,43%.
Inflação impulsionada pelo fenômeno El Niño
Já no acumulado nos 12 meses até setembro, o efeito chegou a 0,62 ponto percentual, no que significa que se descontado o fenômeno climático, a deflação na alimentação no domicílio no período teria sido de 1,40% e não de 0,78%, como foi registrada.
O estudo da consultoria também reproduz um cálculo realizado pelo Banco Central em 2019 como parte do Relatório Trimestral de Inflação. O modelo matemático utiliza variáveis como o Índice de Commodities – Brasil (IC-BR), usado como referência para inflação externa e o Oceanic Niño Indez (ONI), que mede a temperatura do Oceano Pacífico equatorial.
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Além disso, o estudo também estima o impacto das chuvas na inflação de alimentos, onde no terceiro trimestre a influência foi de 0,14 ponto percentual e no acumulado em 12 meses, o impacto foi de -,0,36 percentual.
Fenômeno climático em 2024
Conforme a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o fenômeno climático El Niño deve durar pelo menos em até abril de 2024.
O relatório também aponta que se 2024 registrar temperaturas mais elevadas do que em 2023, poderá se tornar o ano mais quente da história, já que o último registrado foi em 2016.
Devido aos efeitos climáticos, o fenômeno ainda pode impactar a produção agrícola brasileira em 2024, pois uma corrente de ventos que sopra do oeste para leste, se intensifica bloqueando as frentes frias sobre a Região Sul do país e ocasionando excessos de chuvas nos meses de inverno e primavera.