As importações de trigo até julho deste ano já estão quase iguais a de todo o ano passado. Nos sete primeiros meses do ano, O Brasil comprou 4 milhões de toneladas, contra 4,2 milhões em todo o ano de 2023.
Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), esse movimento mostra uma forte recuperação dos preços internos do cereal, impulsionados pela menor produção e qualidade do trigo na safra colhida no ano passado e pelo aumento de exportações neste ano.
Nos cálculos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os estoques finais de trigo em julho de 2024 devem ser suficientes para menos de três semanas de consumo.
Importações de trigo em ritmo acelerado
No acumulado de 12 meses, chegaram aos portos brasileiros, 5,7 milhões de toneladas de trigo, maior volume comprado em um período de um ano desde dezembro 2022 , segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
De acordo com boletim de agosto da Conab, em julho de 2024, o mercado doméstico estava atento ao clima, com a finalização dos trabalhos de semeadura. No auge da entressafra e com a necessidade frequente de se importar, principalmente trigo com qualidade de panificação, os preços internos ficaram equivalentes aos valores para comprar o produto do exterior.
No Paraná, a média mensal foi cotada a R$ 75,94 saca de 60 quilos, uma valorização mensal de 0,29%. Já no Rio Grande do Sul, a média por mês foi de R$ 68,87 a saca de 60 quilos, com alta de 1,25%.
Produção brasileira de trigo
A Região Sul, maior produtora de trigo no país, está com quase toda a área cultivada, restando apenas áreas pontuais de Santa Catarina. No Rio Grande do Sul, o plantio foi concluído após o atraso inicial da semeadura por conta do excesso de chuvas, assim como as áreas semeadas no Paraná.
Nos dados da Conab, para a safra 2024/25, que iniciou em agosto de 2024 e encerra em julho de 2025, a estimativa é que a área plantada de trigo no Brasil alcance 3,07 milhões de hectares, redução de 11,6%.
Para a produtividade das lavouras são esperados 2.879 kg/hectare, alta de 23,5% e produção de 8.836,5 mil toneladas, crescimento de 9,1% comparado ao último ciclo. Em relação último levantamento de 2023/24, a o volume nacional teve uma redução de aproximadamente 119 mil toneladas, mesmo mantendo o crescimento em relação à safra anterior.
Com este cenário, a estimativa é encerrar a safra com estoques finais de 1.538,1 mil toneladas.