O IPCA, inflação de abril, registrou alta de 0,43%, abaixo da taxa de março (0,56%). Apesar da desaceleração, esse foi o maior resultado para o mês desde 2023.
No acumulado do ano, a inflação chega a 2,48% e, em 12 meses, soma 5,53%.
Inflação de abril

Entre os grupos que mais contribuíram para a inflação de abril, destaca-se alimentação e bebidas, com avanço de 0,82% e o maior impacto individual no índice geral (0,18 ponto percentual).
A inflação dos alimentos, embora menor que a de março (1,17%), seguiu pressionando o bolso das famílias, sobretudo pelos aumentos em itens in natura e de forte peso na cesta básica.
A batata-inglesa subiu 18,29%, o tomate teve alta de 14,32%, e o café moído avançou 4,48%. Por outro lado, houve recuos expressivos em produtos como cenoura (-10,40%), arroz (-4,19%) e frutas em geral (-0,59%).
A alimentação no domicílio teve variação de 0,83%, enquanto a alimentação fora do lar subiu 0,80%. O lanche, em particular, acelerou para 1,38%, e a refeição servida em restaurantes teve alta de 0,48%.
O comportamento dos preços dos alimentos reflete a influência de fatores típicos do setor agropecuário, como condições climáticas, safras e custos logísticos. O aumento expressivo de itens como batata e tomate indica possíveis impactos de entressafras ou eventos climáticos adversos que reduziram a oferta.
Já a queda do arroz pode estar relacionada à entrada de colheitas mais recentes e à maior disponibilidade no mercado.
Raiz e cuidado: a presença materna que sustenta a agricultura familiar
Fora do setor do agro

Fora do setor agro, o grupo saúde e cuidados pessoais teve a maior alta entre os nove pesquisados (1,18%), impulsionado pelo reajuste autorizado nos medicamentos e pela elevação nos preços de itens de higiene. Também subiram os preços de vestuário (1,02%) e despesas pessoais (0,54%).
Por outro lado, o grupo Transportes registrou queda de 0,38%, influenciado pela redução nas passagens aéreas e combustíveis. Já o grupo Habitação teve alta discreta de 0,14%, mesmo com alguns reajustes regionais em tarifas de água, esgoto e energia elétrica.
Entre as regiões pesquisadas, Porto Alegre teve a maior variação (0,95%), em razão da forte alta no tomate (45,96%) e na energia elétrica. Brasília, por sua vez, apresentou o menor índice (0,04%), puxado pela queda nos combustíveis e nas passagens aéreas.