O grupo alimentação e bebidas, diretamente ligado ao agronegócio, teve alta de 0,39% em maio, contribuindo com 0,09 ponto percentual no IPCA-15.
A alimentação no domicílio desacelerou, passando de 1,29% em abril para 0,30% em maio. Essa desaceleração foi influenciada pelas quedas nos preços do tomate (-7,28%), arroz (-4,31%) e frutas (-1,64%), produtos básicos da produção agrícola.
Por outro lado, registraram-se aumentos significativos na batata-inglesa (21,75%), cebola (6,14%) e café moído (4,82%), todos itens de forte peso na cadeia agroalimentar.
IPCA-15 em maio

A alimentação fora do domicílio também desacelerou, indo de 0,77% em abril para 0,63% em maio. O lanche subiu 0,84% e a refeição teve leve variação de 0,49%, o que pode refletir repasses limitados de custos de insumos alimentares.
O IPCA-15 apresentou variação de 0,36% em maio, inferior ao resultado de abril (0,43%). No acumulado do ano, a alta é de 2,80%, enquanto no acumulado em 12 meses chega a 5,40%, abaixo dos 5,49% registrados anteriormente. Em maio de 2024, o índice havia sido de 0,44%.
Entre os demais grupos, vestuário teve a maior variação (0,92%), com altas em roupas femininas (1,56%), masculinas (0,92%) e infantis (0,36%). Em seguida, veio o grupo saúde e cuidados pessoais (0,91%), impulsionado pelo reajuste de até 5,09% nos preços dos medicamentos, refletido no aumento de 1,93% dos produtos farmacêuticos.
Habitação registrou variação de 0,67%, com destaque para a energia elétrica residencial (1,68%), o principal impacto individual do mês. O aumento reflete a adoção da bandeira amarela em maio, com cobrança adicional de R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos, além de reajustes regionais nas tarifas de eletricidade. Também foram registrados aumentos nas tarifas de água e esgoto em Recife, Goiânia e Porto Alegre, e leve alta no gás encanado no Rio de Janeiro.
Transportes apresentou queda de 0,29%, influenciado principalmente pela redução de 11,18% nas passagens aéreas. Também houve recuos nos preços de ônibus urbanos, com destaque para Brasília e Belém, onde há gratuidade em domingos e feriados.
No caso do metrô, houve alta de 0,51% devido a reajustes no Rio de Janeiro, enquanto o táxi subiu 0,49%, com reajuste em Porto Alegre.
Combustíveis

No segmento de combustíveis, houve reversão da tendência de queda: de -0,38% em abril, passaram para alta de 0,11% em maio. O etanol subiu 0,54% e a gasolina 0,14%, enquanto o óleo diesel e o gás veicular apresentaram quedas de 1,53% e 0,96%, respectivamente.
Regionalmente, a maior alta foi observada em Goiânia (0,79%), impulsionada pelos aumentos do etanol (11,84%) e da gasolina (4,11%). A menor variação ocorreu em Curitiba (0,18%), influenciada pela redução nas passagens aéreas e nos preços das frutas.
O IPCA-15 é calculado com base em preços coletados entre 15 de abril e 15 de maio de 2025, comparados aos vigentes de 18 de março a 14 de abril. A pesquisa cobre famílias com rendimento de 1 a 40 salários-mínimos nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, Fortaleza, Curitiba e Belém, além de Brasília e Goiânia.