Em fevereiro de 2025, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma variação de 1,31%, o que representa um aumento de 1,15 ponto percentual em relação a janeiro (0,16%).
Conforme os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), este foi o maior IPCA registrado para o mês de fevereiro desde 2003, quando o índice foi de 1,57%.
No acumulado de 2025, o IPCA apresentou alta de 1,47%, e nos últimos 12 meses, o índice foi de 5,06%, superando os 4,56% dos 12 meses anteriores. Em fevereiro de 2024, a variação havia sido de 0,83%.
Grupos de produtos e serviços

Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, a maior variação foi observada no grupo educação, com 4,70% (contribuição de 0,28 p.p.). Esse grupo foi seguido por habitação, que teve um aumento de 4,44%, e representou o maior impacto no índice do mês, com 0,65 p.p.
Outros grupos que se destacaram foram alimentação e bebidas (0,70%) e transportes (0,61%), que, juntos, foram responsáveis por 92% da variação total do IPCA em fevereiro.
No grupo educação (4,70%), a maior contribuição veio dos cursos regulares (5,69%), devido aos reajustes anuais típicos do início do ano letivo. As maiores variações ocorreram no ensino fundamental (7,51%), ensino médio (7,27%) e pré-escola (7,02%).
O grupo habitação (4,44%) foi impulsionado principalmente pela alta de energia elétrica residencial, que subiu 16,80%, após a queda de janeiro (-14,21%), em função da incorporação do Bônus de Itaipu. Também no grupo habitação, o aumento nas taxas de água e esgoto (0,14%) foi influenciado por reajustes em diversas cidades, como Campo Grande (6,84%), Belo Horizonte (6,42%) e Porto Alegre (6,45%).
Em relação ao gás encanado (-0,64%), as variações foram negativas em algumas localidades, como Rio de Janeiro (-0,90%), que teve reajuste de 4,71% em janeiro, mas com redução média de 1,78% nas tarifas a partir de fevereiro. Já em Curitiba (-2,80%), houve uma redução de 3,01% nas tarifas desde fevereiro.
Alimentação e bebidas
No grupo alimentação e bebidas (0,70%), a alimentação no domicílio subiu 0,79%, com desaceleração em relação ao mês anterior (1,07%). Destacam-se as altas no preço do ovo de galinha (15,39%) e do café moído (10,77%), enquanto houve quedas em itens como batata-inglesa (-4,10%), arroz (-1,61%) e leite longa vida (-1,04%).
A alimentação fora do domicílio teve um aumento mais moderado de 0,47%, abaixo dos 0,67% registrados em janeiro. No subgrupo lanche (0,66%) e refeição (0,29%), as variações foram menores em comparação com o mês anterior (0,94% e 0,58%, respectivamente).
Transportes

No grupo transportes (0,61%), o aumento foi influenciado principalmente pelos combustíveis, que subiram 2,89%, com destaque para o óleo diesel (4,35%), etanol (3,62%) e gasolina (2,78%). O gás veicular (-0,52%) foi a única categoria a apresentar queda.
Houve também reajustes nas tarifas de táxi (0,30%) em cidades como Rio de Janeiro (7,83%) e Salvador (4,79%). Em São Paulo, as tarifas de trem e metrô aumentaram em 0,97%, após reajustes de 4,00% em janeiro e 7,04% em fevereiro no trem, também em Rio de Janeiro.
A variação de 7,30% na integração de transporte público em São Paulo foi influenciada tanto pelos reajustes de tarifas quanto pela gratuidade oferecida à população durante feriados, como o Ano Novo e o aniversário da cidade.
O cálculo do IPCA de fevereiro de 2025 foi baseado na comparação dos preços coletados entre 30 de janeiro e 26 de fevereiro de 2025 (referência), com os preços do período de 28 de dezembro de 2024 a 29 de janeiro de 2025 (base).
O IPCA é calculado mensalmente pelo IBGE desde 1980 e reflete os preços de famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, abrangendo dez regiões metropolitanas, além de cidades como Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.