A nova tarifa dos EUA sobre produtos brasileiros ameaça causar sérios impactos econômicos ao Brasil já nos próximos dois anos.
Segundo a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o levantamento da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), mostra que até 146,6 mil postos de trabalho formais e informais podem ser eliminados no período, com destaque para os setores da siderurgia, produtos de madeira e pecuária.
Tarifa dos EUA

A projeção da entidade aponta também para uma perda de R$ 25,8 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) nacional, o que representa uma retração de 0,22%.
Em um horizonte mais longo, de cinco a dez anos, o cenário se agrava, a queda acumulada do PIB pode chegar a 0,94%, com o fechamento de até 618 mil vagas no mercado de trabalho.
Os impactos já começaram a ser sentidos, principalmente nas exportações de frutas. A nova tarifa paralisou quase totalmente os embarques de produtos como manga, uva e frutas processadas, responsáveis por 90% das exportações brasileiras do setor aos EUA.

Somente em 2024, o Brasil exportou aos norte-americanos US$ 134,9 milhões desses produtos, sendo US$ 45,8 milhões em mangas (13% das exportações da fruta), US$ 47,5 milhões em frutas processadas (32%) e US$ 41,5 milhões em uvas (23,5%).
Com os custos adicionais, o setor teme perder mercados consolidados, enfrentar demissões em massa no campo e nas agroindústrias e ver a renda de pequenos produtores despencar. Apenas na região Norte, cerca de 300 mil produtores de açaí estão sob risco direto.
Para entidades como a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) e o Dieese, as consequências vão além dos números, afetam diretamente a competitividade do Brasil no mercado internacional.