Nesta semana, o Plano Safra 2024/2025 enfrentou um período de incerteza com a suspensão das linhas de crédito, o que gerou grande preocupação no setor agropecuário.
A suspensão, anunciada pelo Tesouro Nacional na quinta-feira (20), foi motivada pela alta dos custos de equalização das taxas de juros e pelo atraso na aprovação do Orçamento de 2025 pelo Congresso.
Em resposta à crise, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou a liberação de R$ 4 bilhões em crédito extraordinário para destravar as linhas de financiamento do Plano Safra.
A medida visa garantir a continuidade do apoio financeiro aos produtores rurais, especialmente em um momento crítico para o setor, que enfrenta desafios como a alta da taxa Selic e o aumento dos custos de produção.
O crédito extraordinário será disponibilizado por meio de uma Medida Provisória, que deve ser publicada na próxima semana. Entretanto, o Ministério da Fazenda já enviou um ofício aos bancos e outras instituições financeiras autorizando as operações.
Com isso, o governo espera evitar a descontinuidade dos financiamentos e assegurar que os produtores possam continuar investindo em suas operações, garantindo a produção de alimentos e a sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

Representantes do agro criticam suspensão do Plano Safra
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se posicionou contra a suspensão do programa e criticou o planejamento fiscal do governo em comunicado divulgado nesta sexta-feira (21). Segundo a entidade, os produtores rurais não podem ser prejudicados por questões ligadas à aprovação do PLOA e à falta de um planejamento adequado diante dos desafios fiscais do país.
“A CNA entende as dificuldades orçamentárias, porém sugere que o governo reveja a decisão e garanta os recursos prometidos”, destacou.
Já a Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) também expressou descontentamento com a interrupção das linhas de crédito, destacando que atribuir ao Congresso Nacional a responsabilidade por problemas na gestão dos gastos públicos não solucionará a questão.
“Culpar o Congresso Nacional pela própria incapacidade de gestão dos gastos públicos não resolverá o problema. A má gestão impacta no aumento dos juros e impede a implementação total dos recursos necessários”, diz a nota da FPA.

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