A Associação Brasileira das Indústrias de Pescado (ABIPESCA) solicitou formalmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nessa segunda-feira (21), a criação de uma linha emergencial de crédito para o setor.
O pedido foi protocolado no Palácio do Planalto e busca conter os prejuízos causados pela tarifa de 50% imposta recentemente pelos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros.
Linha emergencial ao setor pesqueiro

O mercado norte-americano é o principal destino das exportações do pescado nacional, representando cerca de 70% da comercialização internacional do setor.
Com a nova taxação, aproximadamente R$ 300 milhões em mercadorias estão retidas em portos, embarcações e unidades fabris, sem possibilidade de redirecionamento ao mercado interno, que já se encontra saturado.
A ABIPESCA alerta para o risco de paralisações e demissões caso não haja uma resposta rápida do governo. Segundo a entidade, 35 indústrias e cerca de 20 mil trabalhadores, entre eles, muitos pescadores artesanais estão sob ameaça direta.
“O setor está sem alternativa no curto prazo. Sem crédito, não há como manter os estoques, honrar compromissos e preservar os empregos. Essa linha emergencial é crucial para evitar um colapso imediato e dar fôlego até que se encontre uma solução duradoura”, alegou o presidente da ABIPESCA, Eduardo Lobo.

A proposta enviada ao Executivo prevê um crédito emergencial de R$ 900 milhões, com carência de seis meses e prazo de dois anos para quitação.
No mesmo documento, a associação também cobra avanços diplomáticos para reabrir o mercado europeu às exportações brasileiras de pescado.
Fechado desde 2017, o bloco ainda impõe barreiras sanitárias, apesar dos avanços técnicos obtidos pelo Brasil. A expectativa da entidade é que o assunto seja tratado em nível presidencial, ganhe impulso político e acelere a retomada das negociações.