O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (5) que o tarifaço anunciado pelos Estados Unidos (EUA) afetará 4% das exportações brasileiras.
No entanto, segundo ele, metade desse percentual já tem destino alternativo garantido. A declaração foi feita durante a 5ª reunião plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, em Brasília.
“Dos 4%, mais de 2% terão, naturalmente, outra destinação porque são commodities com preço internacional que vão encontrar o seu destino no curto ou no médio prazo”, disse o ministro.
Apesar de minimizar parte dos impactos, Haddad destacou a necessidade de atenção a setores mais sensíveis da economia nacional.
“Não é porque 2% ou 1,5% das exportações serão afetadas que nós vamos baixar a guarda. Nós sabemos que há, nesse 1,5%, setores muito vulneráveis. Setores que geram muito emprego, como é o caso da fruticultura. Setores que exigem da nossa parte uma atenção especial, que vai ser dada”, reforçou.

O chefe da Fazenda lembrou que, em outros tempos, as exportações para os Estados Unidos chegaram a representar 25% do total brasileiro, mas que esse número caiu para 12%.
Haddad ainda a decisão do governo norte-americano, classificando a medida como desproporcional.
“Vamos socorrer essas famílias prejudicadas com uma agressão que já foi chamada de injusta, de indevida, e de não condizente com os 200 anos de relação fraterna que nos ligam ao povo dos Estados Unidos”, declarou.
Otimismo diante do tarifaço dos EUA
Apesar do alerta em relação ao tarifaço, o ministro também aproveitou a ocasião para destacar avanços recentes na economia brasileira que, segundo ele, acabaram ofuscados pela repercussão negativa da medida dos EUA.
Entre os destaques, ele mencionou a saída do Brasil do Mapa da Fome, o menor índice de desemprego da história (5,8%), aumento real da renda, queda da inflação e da desigualdade, além de bons resultados fiscais e recordes de investimentos em setores estratégicos.
“Podia falar também dos recordes em investimento, tanto na indústria quanto em infraestrutura, que está vivendo o seu melhor momento em 15 anos. Temos que olhar para tudo isso com otimismo”, concluiu Haddad.

*Com informações da Agência Brasil