Nesta terça-feira (4/7), a Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA) autorizou o Japão a liberar no oceano a água radioativa tratada da Usina de Fukushima, destruída por um tsunami, em março de 2011.
A AIEA realizou uma análise ao longo de dois anos e concluiu que o impacto radiológico da água é insignificante para as pessoas e para o meio ambiente. No entanto, a China e alguns moradores da região se opõem a essa decisão.
Água radioativa tratada pode ser liberada no mar pelo Japão
O governo japonês alega que a água passou por um processo de filtragem para remover a maior parte dos elementos radioativos presentes, porém, não foi possível tratar um componente específico, o trítio, devido à sua dificuldade em ser separado da água, uma vez que é um isótopo de hidrogênio.
De acordo com o Japão, a água tratada será diluída a um nível muito abaixo dos limites de trítio internacionalmente aprovados antes de ser liberada no Oceano Pacífico.
Essa água tratada foi utilizada para resfriar as barras de combustível da usina de Fukushima, após ter sido danificada por um terremoto e tsunami em 2011.
Além disso, o governo japonês ainda não divulgou a data exata em que o processo de liberação da água no mar terá início. O país está aguardando a aprovação do Tokyo Electric Power (Tepco), que é o órgão regulador nuclear do Japão.
Oposição
Alguns países, principalmente a China, expressaram preocupações em relação às possíveis consequências ambientais e de saúde pública decorrentes da liberação da água no oceano. A China rejeita o relatório da AIEA como uma “autorização” de liberação da água e solicita que o plano seja suspenso.
Além disso, o governo chinês criticou o Japão por comparar os níveis de trítio na água tratada com os da água residual, afirmando que Tóquio está misturando conceitos e enganando a opinião pública.
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Os sindicatos de pescadores japoneses também se opuseram à decisão, argumentando que a liberação da água pode prejudicar os esforços para recuperar a credibilidade do setor, que foi afetado pelas restrições de venda de produtos alimentícios japoneses após o desastre de 2011.
Uma petição das regiões próximas à usina coletou mais de 250 mil assinaturas desde que a proposta foi apresentada pela primeira vez em 2021.