Com o passar de pouco mais de dois meses desde o início do trabalho, o projeto intitulado “Bandeiras no Corredor” já conseguiu identificar 23 espécies de mamíferos na região de estudo, que engloba os parques estaduais da Serra de Caldas Novas e da Mata Atlântica, além da área rural entre eles.
Os registros foram possíveis graças à utilização de mais de 75 armadilhas fotográficas, que têm sido empregadas para monitorar as espécies locais e fazer estimativas populacionais de algumas delas, como é o caso do tamanduá-bandeira.
O objetivo é acompanhar a evolução das populações de mamíferos da região e contribuir para a conservação da fauna local.
- Feira do Agronegócio: 4ª edição da Feinagro começa nesta terça-feira (11), em Mineiros
De acordo com Alessandra Bertassoni, coordenadora do projeto e pesquisadora da Universidade Federal de Goiás (UFG), o estudo conseguiu registrar imagens de diversas espécies de animais que utilizam as paisagens da região.
Entre elas estão algumas emblemáticas do Cerrado e da Mata Atlântica, como o tatu-canastra, a onça-parda, o lobo-guará, a jaguatirica, a mão-pelada, a irara, o veado campeiro, o ouriço e o gato mourisco.
Além disso, a coordenadora destaca que o projeto tem buscado se aproximar dos proprietários de terras da região, visando garantir maior engajamento e continuidade do trabalho.
- Medidas de prevenção: Mapa declara quarentena em Roraima por ameaça de Mosca-da-Carambola
“Bandeiras no Corredor” auxiliará no estudo da vida e reprodução de animais em áreas onde já houve queimadas
Bertassoni destaca que o estudo possibilitará um melhor entendimento sobre a relação dos animais com as “cicatrizes” do fogo e como vivem e se reproduzem em ambientes onde já houve queimadas.
Ela ainda afirma que essa é uma ação pioneira no monitoramento da fauna silvestre, visto que a área de estudo é muito extensa e que o grupo utiliza um método sistemático de coleta de dados.
Ela também disse que tem expectativas de conhecer quais são as espécies de mamíferos mais comuns e raras que habitam a região, para poder verificar quais são as paisagens que favorecem a presença de determinadas espécies e, em seguida, traçar planos de conservação baseados em evidências científicas.
De acordo com a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Andréa Vulcanis, esse projeto servirá como subsídio para o desenvolvimento de políticas de preservação mais eficientes.
Primeira etapa será realizada até fevereiro de 2024, com investimento de R$ 250 mil
A primeira etapa do levantamento para estimar a população de tamanduás-bandeiras da região será realizada até fevereiro de 2024, cobrindo um território de quase 60 mil hectares.
O estudo, que será conduzido em cinco municípios do Estado de Goiás, como Caldas Novas, Rio Quente, Marzagão, Água Limpa e Corumbaíba, receberá financiamento de R$ 250 mil, nesta primeira fase.
A iniciativa é uma parceria entre a UFG e as organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips) Aliança da Terra e Fundo Nacional da Biodiversidade.
Além disso, todo o financiamento é proveniente de investimentos estrangeiros, por meio de programas de auxílio à gestão de áreas protegidas.