O governo brasileiro busca ampliar a cooperação com a China por meio do Programa Caminho Verde Brasil, que pretende recuperar 40 milhões de hectares de pastagens degradadas nos próximos dez anos.
A iniciativa foi apresentada nesta quinta-feira (18), em Santos (SP), a representantes do Departamento de Relações Econômicas Internacionais do país asiático.
Pastagens degradas

Segundo o Mapa, já estão disponíveis R$ 30,2 bilhões para a primeira etapa, obtidos por meio do Eco Invest Brasil. A meta inicial é restaurar até 3 milhões de hectares de áreas pouco produtivas.
Os recursos serão distribuídos entre diferentes biomas: R$ 3,5 bilhões destinados à Amazônia, R$ 3 bilhões à Caatinga, R$ 1,2 bilhão ao Pampa e R$ 1,1 bilhão ao Pantanal.
Durante o encontro, realizado no Museu do Café, foram apresentados dois formatos de investimento. O modelo Equity permite a entrada de estrangeiros como sócios minoritários de propriedades rurais, enquanto o Barter prevê o pagamento do financiamento com parte da produção agrícola obtida após a recuperação das terras.
A comitiva chinesa demonstrou interesse e discutiu detalhes das propostas. A reunião contou ainda com representantes do Ministério da Fazenda, entre eles a secretária de Assuntos Internacionais, Tatiana Rosito.
Os participantes visitaram a estrutura do Porto de Santos, apresentada pela Autoridade Portuária, e realizaram um passeio técnico de barco para conhecer as operações no local.
Caminho Verde Brasil

O Caminho Verde Brasil pretende ampliar a produção de alimentos e biocombustíveis sem necessidade de abrir novas áreas, associando a iniciativa à agenda de transição energética e de preservação ambiental.
Produtores que aderirem ao programa terão acesso a linhas de crédito com juros reduzidos, oferecidas por dez bancos, entre eles Banco do Brasil, BNDES, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander. Para acessar os recursos, será exigido compromisso de não desmatamento e a realização de balanço anual de carbono.