O Plano de Ação Nacional para Conservação do Patrimônio Espeleológico Brasileiro (PAN Cavernas do Brasil), coordenado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (ICMBio/Cecav), vai apoiar financeiramente iniciativas de prospecção espeleológica em regiões definidas como prioritárias.
Em parceria com a Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE), foi lançado o edital “Ampliando Rotas”, destinado a grupos de espeleologia filiados à SBE.
Ao todo, serão selecionados até 10 projetos, com aporte máximo de R$ 80 mil, e o prazo para envio de propostas segue até 12 de outubro.
Busca de novas cavernas

De acordo com Allan Calux, espeleólogo, pesquisador e articulador do PAN Cavernas, “essas ações fortalecerão os registros do Cadastro Nacional de Cavernas (CNC) e do Cadastro Nacional de Informações Espeleológicas (CANIE)”.
Ele destaca que os relatórios das expedições deverão detalhar os critérios de escolha das áreas, registrar dados geoespaciais das prospecções e incluir informações básicas de cada caverna identificada e espeleotopografada.
Os projetos selecionados deverão atuar em áreas prioritárias e atender a pelo menos um dos componentes do Programa Nacional de Conservação do Patrimônio Espeleológico (PNCPE), como geração de conhecimento, conservação, uso sustentável, monitoramento e prevenção de impactos, divulgação do patrimônio espeleológico ou fortalecimento institucional.
Segundo Tiago Silva, analista ambiental do ICMBio/Cecav e coordenador do levantamento que resultou no mapa de áreas prioritárias, muitas regiões brasileiras apresentam indícios de cavernas, mas carecem de registros oficiais no CANIE, que atualmente reúne mais de 29 mil cavidades.
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Tiago acrescenta que, embora esta edição do PAN defina áreas prioritárias específicas, o mapeamento será contínuo. Novas áreas poderão ser indicadas em futuras edições, sempre vinculadas a editais de financiamento de expedições.
O PAN Cavernas do Brasil reúne 43 ações distribuídas em quatro objetivos específicos, com metas de prevenção, redução e mitigação de impactos sobre cavernas, espécies e ambientes associados ao patrimônio espeleológico, abrangendo 169 táxons ameaçados de extinção e estabelecendo prazos, formas de implementação, supervisão e revisão das ações.